Análise conservadora do discurso do Presidente
Jair Bolsonaro na ONU em 2019
Julio Severo
O presidente
Jair Bolsonaro fez o discurso de abertura da 74ª Assembleia Geral das Nações
Unidas (ONU), na sede da organização, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, em 24
de setembro de 2019. Seu discurso teve vários pontos importantes do
ponto-de-vista conservador. Destacarei os pontos que julgo serem os mais
importantes.
“Apresento
aos senhores um novo Brasil, que ressurge depois de estar à beira do socialismo,”
disse Bolsonaro, acrescentando, “Meu país esteve muito próximo do socialismo.”
Merece elogio
a crítica que Bolsonaro fez à ditadura comunista de Cuba. Ele disse:
“Em
2013, um acordo entre o governo petista e a ditadura cubana trouxe ao Brasil 10
mil médicos sem nenhuma comprovação profissional. Foram impedidos de trazer
cônjuges e filhos, tiveram 75% de seus salários confiscados pelo regime e foram
impedidos de usufruir de direitos fundamentais, como o de ir e vir. Um
verdadeiro trabalho escravo, acreditem… Respaldado por entidades de direitos
humanos do Brasil e da ONU.”
A postura de Bolsonaro sobre Cuba foi 100 por cento conservadora.
Bolsonaro também expôs os frutos do socialismo
venezuelano:
“Na Venezuela, esses agentes do regime cubano, levados
por Hugo Chávez, também chegaram e hoje são aproximadamente 60 mil, que controlam
e interferem em todas as áreas da sociedade local, principalmente na
Inteligência e na Defesa. A Venezuela, outrora um país pujante e democrático,
hoje experimenta a crueldade do socialismo. O socialismo está dando certo na
Venezuela! Todos estão pobres e sem liberdade! O Brasil também sente os
impactos da ditadura venezuelana. Dos mais de 4 milhões que fugiram do país,
uma parte migrou para o Brasil, fugindo da fome e da violência. Temos feito a
nossa parte para ajudá-los, através da Operação Acolhida, realizada pelo
Exército Brasileiro e elogiada mundialmente.”
A postura de Bolsonaro sobre a Venezuela foi 100
conservadora.
Mas um ponto que Bolsonaro ignorou foi que tanto Cuba
quanto a Venezuela são países esmagadoramente católicos. A Venezuela é 97 por
cento católica. Foi impossível o socialismo dominar a Venezuela sem a ajuda da
Igreja Católica.
Aliás, quando Hugo Chavez, que era militar, subiu ao
poder, até Bolsonaro o apoiou, sabendo que ele era socialista.
O Brasil só escapou do socialismo porque 30 por cento
de sua população é evangélica e continua aumentando. A maioria das igrejas
evangélicas tem aversão ao socialismo, principalmente suas políticas de aborto
e homossexualidade.
O discurso de Bolsonaro na ONU então disse:
“O Foro de São Paulo, organização criminosa criada em
1990 por Fidel Castro, Lula e Hugo Chávez para difundir e implementar o
socialismo na América Latina, ainda continua vivo e tem que ser combatido.”
É uma ideia
exagerada achar que um grupo esquerdista de países socialistas pobres chamado Foro
de São Paulo seria uma ameaça internacional maior do que a China comunista, que
tem o maior exército comunista do mundo.
Na verdade,
quem mais financiou o projeto socialista de Hugo Chavez foram os EUA, os
maiores compradores do petróleo venezuelano durante todo o tempo da ditadura de
Chavez. O petróleo era o produto venezuelano mais exportado e ao serem os
maiores compradores desse produto os EUA sob Bush e Obama financiaram a
revolução de Chavez.
O problema de
Bolsonaro seguir as ideias de Olavo de Carvalho é que ele tem muitas ideias
semelhantes, que mais se parecem teorias conspiratórias. Carvalho acha que o
cigarro não faz mal e que as indústrias do cigarro são vítimas de propaganda de
desinformação da mídia.
Carvalho
defende também a teoria de que nenhum judeu foi torturado e morto pela
Inquisição católica, que para ele foi pura mentira e invenção dos protestantes.
Embora a
teoria da Terra Plana seja vista normalmente como uma aberração científica,
Carvalho tenta conciliar sua pose de filósofo com uma proximidade apaixonada à
teoria terraplanista enquanto ataca a ideia de que a terra é um globo esférico.
Portanto, é
impossível ver no universo de Carvalho o Foro de São Paulo desconectado de suas
outras teorias mirabolantes.
Bolsonaro
também disse: “É uma falácia dizer que a Amazônia é patrimônio da humanidade.”
Foi um ponto nacionalista e patriótico. Foi uma postura conservadora. Americanos
e europeus têm grandes interesses na Amazônia.
A mentalidade
republicana conservadora da década de 1970 era que reduzindo a população
brasileira haveria menos gente para usar os recursos naturais brasileiros,
inclusive da Amazônia. Resultado: Esses recursos seriam guardados para uso dos
EUA.
Durante o
governo militar, o Brasil começou a engolir a cilada do NSSM 200 e hoje as
políticas de controle populacional se tornaram tão normais no Brasil que o
próprio Bolsonaro já defendeu abertamente várias medidas de controle da
natalidade para reduzir as populações pobres.
A maior
organização pró-aborto do mundo é a organização americana Planned Parenthood
Federation (Federação de Planejamento Familiar), cuja filial no Brasil, a
BEMFAM (Sociedade Civil Bem-Estar Familiar), foi criada em pleno governo
militar. Assim, enquanto o governo militar estava combatendo o comunismo, uma
poderosa entidade americana se estabeleceu em solo brasileiro para promover a maior
agenda antifamília da história do Brasil.
Recebendo
dinheiro do governo americano, Planned Parenthood Federation promove há décadas
o aborto, a contracepção e a agenda homossexual, que hoje usa a roupagem de
ideologia de gênero.
A BEMFAM, que recebe dinheiro do governo dos EUA através
da USAID, vem trabalhando desde 1966 para implementar no Brasil a agenda americana
de controle populacional. A USAID também participou na elaboração do NSSM 200. Na
década de 1990, a BEMFAM distribuiu para educadores de todo o Brasil um manual
convencendo as autoridades brasileiras da necessidade de uma educação sexual
favorável à destruição da família e à ideologia homossexual. O manual não foi
impresso em Cuba. Foi impresso na gráfica oficial do governo dos EUA durante a
presidência de Bush. Como o governo de Bush, republicano e conservador, não
colaboraria com Planned Parenthood e BEMFAM quando suas metas estão
perfeitamente alinhadas com o NSSM 200?
Não dá para
dizer que a CIA e governos republicanos dos EUA tenham mudado sua mentalidade e
intenções com relação à obtenção de matérias-primas de outros países à custa de
drástica redução populacional.
Pelo menos
para mim, que sou evangélico, o único tipo de relação que dá para haver entre
Brasil e EUA na base da confiança é com evangélicos, que não têm nenhuma
Planned Parenthood com apoio do governo dos EUA e não têm nenhuma política de
controle populacional. Os evangélicos conservadores americanos são os
americanos mais confiáveis.
Enquanto os
EUA aproveitaram o clima anticomunista do governo militar do Brasil para trazer
Billy Graham e Rex Humbard, entidades americanas, principalmente Planned Parenthood
e várias grandes fundações pró-aborto, entraram no Brasil para injetar a
cultura antifamília.
Em vista do
NSSM 200, a relação do Brasil com os EUA deveria ser cautelosa, especialmente
com o governo dos EUA. John Perkins, que trabalhou como assassino econômico
para o governo dos EUA, revelou
em seu livro “Confissões de um Assassino Econômico” que na década de 1970
vários governos militares ao redor do mundo obtiveram empréstimos milionários
para construir enormes hidrelétricas, acabando em dívidas igualmente enormes.
Esses países receberam assessoria maliciosa de assassinos econômicos dos EUA. O
Brasil foi um deles.
O NSSM 200 é
muito pior do que o Foro de São Paulo. Mas enquanto a teoria conspiratória de
um amante de cigarros e da Inquisição recebe holofotes de um presidente, o NSSM
200, que vem reduzindo drasticamente a população do Brasil, não recebe nenhum
holofote.
O Brasil está
sofrendo um envelhecimento demográfico acelerado, com o nascimento de bebês
diminuindo ano após ano. EUA e Europa só sofreram envelhecimento demográfico
depois de experimentar farta prosperidade. Mas o Brasil já está envelhecendo
demograficamente muito antes de alcançar o nível de prosperidade da Europa e EUA.
Esse envelhecimento demográfico que ameaça gravemente o futuro e a prosperidade
do Brasil foi todo planejado no NSSM 200 em 1974. O Brasil é vítima da política
de controle populacional da CIA e de um governo americano sob liderança do
Partido Republicano.
Graças ao
NSSM 200, o sofrimento demográfico do Brasil está garantido para o futuro.
Embora
Bolsonaro não seja o primeiro presidente brasileiro a atacar o socialismo,
nenhum presidente brasileiro jamais atacou o NSSM 200 e sua violação à
soberania brasileira.
A dívida externa do Brasil durante o governo militar (1964-1985)
cresceu tanto, com a ajuda dos assassinos econômicos dos EUA, que foi o terreno
fértil para a esquerda avançar. E realmente avançou.
Embora
Bolsonaro tenha indicado que o socialismo de Luiz Inácio Lula da
Silva e Dilma Rousseff tenha destruído a economia do Brasil, na verdade mesmo
antes desses dois socialistas se tornarem presidentes do Brasil o próprio
Bolsonaro havia confessado que sonegava tudo o que podia, porque historicamente,
mesmo sem nenhum socialismo, impostos no Brasil são exorbitantes. Por exemplo,
durante o governo militar que era anticomunista o povo brasileiro que tinha
condições de comprar um carro pagava metade do valor só em impostos. Uma linha telefônica
era tão cara quanto uma casa.
Impostos
exorbitantes em carros e linhas telefônicas parecem socialismo, mas não são. Eram
apenas o governo militar continuando a antiga tradição de impostos elevados no
Brasil.
Outro ponto
importante do discurso de Bolsonaro foi tratar os índios como seres humanos,
não como animais de zoológicos, como normalmente são tratados por
ambientalistas e esquerdistas. Bolsonaro disse:
“Infelizmente,
algumas pessoas, de dentro e de fora do Brasil, apoiadas em ONGs, teimam em
tratar e manter nossos índios como verdadeiros homens das cavernas.”
Foi uma postura
100 por cento conservadora.
Bolsonaro
também desfez uma grave injustiça de governos esquerdistas que acolhiam
terroristas comunistas.
Bolsonaro
disse:
“Em
meu governo, o terrorista italiano Cesare Battisti fugiu do Brasil, foi preso
na Bolívia e extraditado para a Itália. Outros três terroristas paraguaios e um
chileno, que viviam no Brasil como refugiados políticos, também foram
devolvidos a seus países. Terroristas sob o disfarce de perseguidos políticos
não mais encontrarão refúgio no Brasil.”
Foi uma
postura 100 por cento conservadora.
O discurso de
Bolsonaro também tratou de perseguição religiosa, mas nivelando todas as
religiões — Cristianismo, judaísmo e Islamismo — como se todas sofressem
ataques iguais. Foi um discurso generalizante e politicamente correto. Ele
disse:
“Nos
últimos anos, testemunhamos, em diferentes regiões, ataques covardes que
vitimaram fiéis congregados em igrejas, sinagogas e mesquitas. O Brasil condena,
energicamente, todos esses atos e está pronto a colaborar, com outros países,
para a proteção daqueles que se veem oprimidos por causa de sua fé. Preocupam o
povo brasileiro, em particular, a crescente perseguição, a discriminação e a
violência contra missionários e minorias religiosas, em diferentes regiões do
mundo. Por isso, apoiamos a criação do ‘Dia Internacional em Memória das
Vítimas de Atos de Violência baseados em Religião ou Crença.’”
Colocar o
Cristianismo, o judaísmo e o islamismo como vítimas iguais de perseguição
religiosa é um desfavor imenso aos cristãos, que de longe sofrem cerca de 100
mil martírios só nas mãos de muçulmanos. Se alguém conseguir mostrar que 100
mil muçulmanos são martirizados por cristãos por ano, vou apoiar totalmente o
discurso politicamente correto de Bolsonaro de colocar todas as religiões como
vítimas iguais de perseguição religiosa.
Não foi uma
postura conservadora.
Talvez
percebendo a ausência específica de cristãos, Bolsonaro mais adiante os citou
como vítimas de perseguição religiosa, mas deixando claro que outras religiões
igualmente são vítimas. Ele disse:
“É
inadmissível que, em pleno Século XXI, com tantos instrumentos, tratados e
organismos com a finalidade de resguardar direitos de todo tipo e de toda
sorte, ainda haja milhões de cristãos e pessoas de outras religiões que perdem
sua vida ou sua liberdade em razão de sua fé.”
O discurso de
Bolsonaro deu importância às parcerias que seu governo está buscando com
visitas internacionais. Bolsonaro disse:
“Essas
visitas reforçarão a amizade e o aprofundamento das relações com Japão, China,
Arábia Saudita.”
Parceria com
o Japão é uma atitude louvável. O povo japonês é democrático e trabalhador. Mas
a China é uma ditadura comunista que persegue cristãos de forma violenta. Se
Bolsonaro tem tanta seriedade contra o comunismo, por que fazer parceria com o maior
país comunista do mundo?
Bolsonaro não
quer parceria com nações comunistas pobres como Cuba, Bolívia e Venezuela, mas
abre os braços para nações comunistas ricas como a China?
E por que
fazer parceria com a Arábia Saudita, que bane a Bíblia em seu território e
persegue cristãos? Além disso, o islamismo sunita seguido pelos sauditas está
por trás do ISIS e da maioria de matanças de cristãos.
Outro ponto muito
importante é que se Bolsonaro se preocupa com a crise humanitária na Venezuela,
por que ele não mostrou nenhuma preocupação com a maior crise humanitária atual,
que é a população iemenita morrendo de fome e bombardeios da Arábia Saudita com
armas americanas? Nessa crise, milhares de crianças iemenitas estão morrendo.
Por que
Bolsonaro quer fazer parceria com a Arábia Saudita, a grande “Venezuela” islâmica
do Oriente Médio?
A China
persegue e mata sistematicamente cristãos. A Arábia Saudita também os mata. A
Venezuela, com todos os seus problemas socialistas, não tem o histórico chinês
e saudita de perseguição aos cristãos. Contudo, Bolsonaro prefere parceria com
a China e Arábia Saudita, não com a Venezuela.
Não faria
sentido Bolsonaro fazer parceria com a Venezuela e condenar a China e Arábia
Saudita nem vice-versa. Para ser coerente, ele precisa condenar a Venezuela e a
Arábia Saudita por violações de direitos humanos. Para ser coerente, ele
precisa condenar a China e a Venezuela por ditadura comunista.
Como
estudioso há muitos anos da questão da perseguição aos cristãos, não entendo a
atitude de Bolsonaro, que se diz preocupado com perseguição religiosa, mas
deseja parceria com grandes perseguidores de cristãos.
O islamismo
sunita da Arábia Saudita é muito mais perigoso do que o Foro de São Paulo, mas
como é que o Rasputin vai dizer o contrário, ou vai aconselhar sua pobre vítima
Bolsonaro em contrário, quando ele mesmo já recebeu uma condecoração da Arábia
Saudita por uma biografia de Maomé que ele escreveu?
Num ponto muitíssimo
importante, o discurso de Bolsonaro tentou tocar diretamente na questão da
ideologia de gênero ou ideologia homossexual. Mas tudo o que ele conseguiu
fazer foi falar desses problemas sem citar diretamente a ideologia de gênero ou
ideologia homossexual. Ele disse:
“Durante
as últimas décadas, nos deixamos seduzir, sem perceber, por sistemas
ideológicos de pensamento que não buscavam a verdade, mas o poder
absoluto. A ideologia se instalou no terreno da cultura, da educação e da
mídia, dominando meios de comunicação, universidades e escolas. A ideologia
invadiu nossos lares para investir contra a célula mater de qualquer sociedade
saudável, a família. Tentam ainda destruir a inocência de nossas crianças,
pervertendo até mesmo sua identidade mais básica e elementar, a biológica.”
Se ele pôde citar claramente Foro de São Paulo, por
que não mais claramente ideologia de gênero ou ideologia homossexual?
Indiretamente,
o discurso de Bolsonaro atribuiu exclusivamente ao socialismo as mudanças
negativas na sociedade e família. Essas mudanças incluem a ideologia
homossexual e aborto.
Mas se
Bolsonaro tivesse lido o NSSM 200, que eu li há quase 30 anos, ele entenderia
que muitas dessas mudanças foram projetadas não somente pelo socialismo, mas
também pela CIA e por governos republicanos dos EUA em sua ânsia de reduzir a
população do Brasil para abocanhar os recursos naturais brasileiros. Se
Bolsonaro tivesse lido o NSSM 200 ele jamais defenderia políticas de controle
populacional, que está por trás da destruição sistemática da família hoje.
Tentar
atribuir ao Foro de São Paulo, não ao NSSM 200, o sistema antifamília que se
instalou no Brasil desde o início do governo militar é pura cortina de fumaça.
Finalizando,
o discurso de Bolsonaro disse:
“Nas
questões do clima, da democracia, dos direitos humanos, da igualdade de
direitos e deveres entre homens e mulheres, e em tantas outras, tudo o que
precisamos é isto: contemplar a verdade, seguindo João 8,32: - ‘E conheceis a
verdade, e a verdade vos libertarás.’”
Às vezes
Bolsonaro cita versículos bíblicos, provavelmente por influência de sua esposa,
que é evangélica. A Bíblia é uma boa influência. Mas as outras influências na
vida de Bolsonaro não são tão boas e o impedem muitas vezes de ter uma
perspectiva séria da realidade.
A realidade
é: A ONU é pior que o Foro de São Paulo. A China é pior do que o Foro de São
Paulo. O NSSM 200 é pior do que o Foro de São Paulo.
Se Bolsonaro
não enxergar essa realidade, seus próximos discursos na ONU poderão dizer que o
cigarro não faz mal, que a Inquisição é vítima das mentiras de historiadores
judeus e protestantes e que a Terra é plana.
No entanto, a
equipe de Bolsonaro, especialmente o ministro das Relações Exteriores Ernesto
Araújo e o assessor especial de Bolsonaro, Filipe G. Martins, tem buscando
camuflar as posturas guiadas por eles no governo Bolsonaro como posturas de
Trump. Martins, que ajudou a escrever o discurso de Bolsonaro na ONU, disse sobre o discurso:
“A
mídia está especulando se houve algum tipo de coordenação entre as equipes do Presidente
Bolsonaro e do Presidente Trump, devido à convergência de idéias e de valores
observada no discurso dos dois. Essa convergência não é resultado de
coordenação prévia, mas da comunhão de valores perenes.”
“Perene” tem vários significados, mas quem está ligado
ao movimento perenialista só o usa para significar suas próprias causas. O
movimento perenialista está ligado ao ocultista islâmico René Guénon, promovido
no Brasil durante décadas por Olavo de Carvalho, cujos adeptos seguem o perenianismo.
Para Araújo, Trump
é fruto dos valores de Bannon e de Guénon.
Araújo, como
adepto de Carvalho e Guénon, apenas usou Trump em seu documento como
instrumento para sua revolução guenoniana ou perenialista. Não muito diferente
de Bannon,
que em 2016 descreveu “Trump como um ‘instrumento bruto para nós.’” O “nós”
significa o movimento guenoniano ou perenialista.
Entretanto, Trump conseguiu identificar a tempo a
natureza oportunista e traidora do guenoniano Bannon. Bolsonaro ainda não
chegou a esse ponto de discernimento. É por isso que ele dá amplas oportunidades
para guenonianos e perenialista como Araújo e Martins usarem Bolsonaro para sua
revolução e falarem sobre “comunhão de valores perenes.” Eles estão sequestrando
a
vitória que os evangélicos deram para Bolsonaro para avançar o perenialismo ou guenonianismo.
Eles sabem
muito claramente que o que guia o governo Bolsonaro, que é guiado por eles, não
são valores cristãos. São valores perenes, do perenialismo. Aliás, eles usam os
valores cristãos para exaltar os valores perenes ou guenonianos.
Na revolução
deles, vê-se o mesmo oportunismo e traição de Bannon contra Trump.
Para Araújo e
Martins, Bolsonaro não passa de um instrumento para o perenialismo ou para os valores
de Guénon ou Carvalho.
Se Bolsonaro
não acordar a tempo, seus próximos discursos na ONU poderão dizer que o Brasil
foi salvo por valores perenes ou guenonianos.
Com
informações da Agência Brasil.
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