Fertilidade dos EUA continua em declínio: Demografia é destino, baby (especialmente se não houver bebês)
Don Feder
Se você
perguntasse ao americano comum sobre o declínio da fertilidade, ele pensaria
que você estava falando sobre as condições do solo, a rotação de lavouras ou o
clima. A maioria não tem consciência nem de começar a discutir o que pode ser a
maior crise do século XXI.
Não que eu os
culpe. A mídia e a elite política nos fazem correr atrás de ilusões — como o
aquecimento global, a suposta explosão populacional e o “privilégio branco” —,
de modo que não notamos a realidade de um desastre que está quase em cima de nós.
Em termos de
demografia, a fertilidade se refere ao número de filhos que a mulher em média
terá em sua vida toda. Cerca de 2,1 filhos são necessários apenas para manter a
população atual. Para uma nação, falamos de sua taxa total de fertilidade, ou TTF.
O último meio
século viu uma grande redução no número de bebês. Mundialmente, a fertilidade
total foi mais do que reduzida pela metade — de 5,1 em 1960 para 2,4 em 2016.
Já em 2030, o crescimento da população mundial poderia se tornar um declínio
mundial da população.
Por um tempo,
a falta de nascimentos parecia ser um fenômeno europeu. (Para a União Europeia
como um todo, a TTF é de 1,5.) Mas os Estados Unidos estão chegando lá.
Na semana
passada, foi anunciado que os Centros de Controle de Doenças estimam que, em
2017, os EUA tiveram uma taxa de fertilidade de 1,76, a mais baixa já
registrada. Ainda recentemente, há uma década, era de 2,08, próximo do nível d
substituição, mas muito distante do que era em 1960 (3,5). As más notícias
continuam piorando.
Nem todo
mundo se importa. Libertários — que se preocupam profundamente com a
legalização da maconha e propriedade privada de armas nucleares táticas — são
indiferentes. Ronald Baily, escritor de ciência da revista Reason, celebra a
queda da fertilidade como um sinal de liberdade e escolha.
Típico dos
libertários que santificam o indivíduo e fazem da sociedade algo secundário, só
para pensar depois (se é que pensam nisso), Baily comenta: “Como o tempo e o
dinheiro são limitados, mais americanos estão exercendo sua liberdade
reprodutiva, equilibrando entre ter mais filhos e buscar as satisfações de
carreira, viagens e estilo de vida.” Depois disso, o tsunami.
A água está
até os joelhos agora. Em breve estará até nossas cinturas. Em seu livro de
mesmo título, Julian Simon chamou as pessoas de “The Ultimate Resource” (O
Recurso Máximo). Podemos encontrar novas reservas de petróleo e aprender a usar
a energia com mais eficiência. Podemos encontrar maneiras de aumentar o
rendimento por acre. Mas uma sociedade industrial moderna requer pessoas — uma
população crescente, em vez de uma população que está encolhendo.
Esqueça a
previdência social. Se você tem vinte e poucos anos hoje, suas chances de receber
sua aposentadoria são comparáveis a ganhar na loteria. Uma população idosa crescente
exigirá mais cuidados médicos, mais especialistas e mais leitos hospitalares e camas
de asilos. De onde virão os cuidadores, o pessoal de manutenção e os financiadores
de amanhã?
Idosos à
parte, e aqueles de quem todos dependemos — policiais e soldados, carpinteiros,
encanadores e eletricistas, fazendeiros, operários e mineiros, professores e
técnicos?
Nos Estados
Unidos, não só a TTF de 2017 foi a mais baixa já registrada, mas a taxa de 2016
e do ano anterior também foram baixas.
Cada vez
menos crianças junto com mais e mais idosos equivale a um acidente de trem
demográfico.
A expectativa
é que o número de idosos (maiores de 65 anos) dobre entre agora e 2060. Como
parcela da população total, eles aumentarão de 15% para 24%. Pela primeira vez
na história dos EUA, em 2035, aqueles com mais de 65 anos (então 78 milhões)
superarão os menores de 18 anos (76,4 milhões). A demografia é o destino, baby —
disse ele com um leve ar de ironia.
Mais um fato
deprimente, nos próximos 12 anos, o número de americanos com 65 anos ou mais
que necessitarão cuidados em casas de repouso aumentará em cerca de 75%. Não
haverá muitos de seus filhos para cuidar dos Bailys dos EUA, quando eles
ficarem muito decrépitos para buscar as satisfações de carreira, viagens e
estilo de vida. Quem, então, esvaziará os urinois deles enquanto observamos os
EUA irem pelo ralo?
Enquanto os
EUA estão à beira do abismo, a Europa despencou. Escrevendo na página de
opinião da Fox News, Jeremy Carl, pesquisador membro do Hoover Institution, comenta:
“Americanos e europeus estão abandonando a paternidade num ritmo alarmante,
mudando profundamente a natureza de nossas sociedades, nossas políticas e
nossas culturas.”
Carl
acrescenta que as elites dão o tom. Em 1951, os líderes das oito nações que se
tornaram a União Européia tiveram 32 filhos entre eles. Hoje, apenas um é
liderado por alguém com filhos.
Todas as
nações da Europa Ocidental legalizaram o “casamento” gay, o único tipo de
casamento com que os políticos da esquerda se importam. Quer saber qual é a
taxa de fertilidade para casais do mesmo sexo?
A imigração
em massa salvará os EUA? Se os EUA escancararem os portões, daqui a 20 ou 30
anos, ainda poderá haver uma entidade geográfica chamada América, mas será
irreconhecível para seus habitantes atuais.
O futuro da
Europa está sendo escrito por mulheres que usam burca. No sul da França, já
existem mais mesquitas do que igrejas. No centro da cidade de Bruxelas, é um
desfile constante de mulheres com véus na cabeça empurrando carrinhos com dois
e três filhos. Enquanto os belgas estão ocupados buscando satisfações, outros
estão cuidando do futuro do país deles.
Não dá para entender
a queda da fertilidade sem considerar o rápido desaparecimento do casamento.
Em 1960, 72%
de todos os americanos adultos eram casados. Em 2008, esse número caiu para
51%. Seja por meio do divórcio, da morte de um cônjuge ou do fato de não se casarem,
uma década atrás, quase a maioria dos americanos era solteira. Entre os jovens
de 18 a 29 anos de idade (aqueles em plena idade reprodutiva), 59% eram casados
em 1960, comparados a apenas 20% hoje. Menos casamentos equivale a menos
filhos.
Quer se trate
de trabalho, casamento ou filhos, a geração que nasceu no final do século
passado tem fobia de compromissos. Entre no Facebook e veja quantos dizem que
estão “num relacionamento” em vez de casados. A menos que eles estejam
namorando um parente de sangue, por quê? Eles vão passar a vida entre relacionamentos,
constantemente imaginando qual é estilo de vida certo para eles.
Enquanto
isso, eles não entenderão o que é viver.
Crianças são bagunceiras,
frustrantes e irritantes. Mesmo assim, elas não são uma escolha de estilo de
vida, mas a essência da vida. Em “No Desaparecimento da Infância,” o crítico
cultural Neil Postman escreveu: “As crianças são a mensagem viva que enviamos
para um tempo que não veremos.”
Que mensagem
esta geração de americanos enviará: Desculpe, muito ocupado. Não se interferir
com nossas escolhas de estilo de vida e atividades de lazer.
Traduzido por Julio Severo do original em inglês do
BarbWire: U.S.
Fertility Keeps Declining: Demography is Destiny, Baby (Especially If There’s
No Baby)
Fonte: www.juliosevero.com
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Um comentário :
Os homens não vão mais casar.
Leis de assédio, leis de estupro, perseguição ao sexo masculino na TV, cinema, cultura e Internet estão fazendo os homens não quererem nem mais sexo real com mulheres.
Lhe asseguro que a próxima geração de homens será muito mais ressentida e dará o troco. As bonecas sexuais irão substituir as mulheres.
Duvida? Aguarde...
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