Protegendo os cristãos e combatendo o terrorismo? É exatamente isso o que a Rússia está fazendo
Aleksandar
Pavic
Comentário
de Julio Severo: Este artigo,
que é manchete principal fresquinha do WND (WorldNetDaily), um dos principais
sites conservadores do mundo, reafirma o papel inegável da Rússia combatendo o
ISIS e protegendo os cristãos. O que me deixa muito triste, como evangélico, é
que os Estados Unidos, fundados por evangélicos, foram até Obama a nação que,
juntamente com a Arábia Saudita, fundaram, financiaram e armaram o ISIS, que é
atualmente a maior máquina islâmica de genocídio de cristãos. A Arábia Saudita
é reconhecidamente o maior financiador do terrorismo islâmico mundial e merece
ser combatida dia e noite. Qualquer guerra contra o terrorismo que não faça
desse país o foco da ameaça é piada. Infelizmente, neste mês o
Presidente Donald Trump enviou seu novo diretor da CIA para premiar a Arábia
Saudita por “combater o terrorismo,” como se fosse possível a
Alemanha nazista combater o nazismo ou a União Soviética combater o marxismo.
Tomara que tivesse sido uma piada, mas aconteceu. O próprio Trump
já havia reconhecido publicamente que Obama havia fundado o ISIS,
mas isso seria impossível sem ajuda saudita. Contudo, com sua atitude de
premiar os sauditas, Trump está seguindo a
velha linha neocon americana seguida fielmente por Obama e Bush, que
é proteger a Arábia Saudita das consequências de chefiar o terrorismo islâmico
mundial, e focar, em vez disso, na
Rússia como único bode-expiatório, como bem disse o Dr. William J. Murray.
Os senadores
neocons Lindsey Graham e John McCain, que lideram a oposição á Rússia, tiveram
envolvimento com o bilionário esquerdista George Soros. Parece que a
Rússia vai continuar combatendo sozinha a maior fonte do terrorismo islâmico
mundial, inclusive o ISIS, o maior assassino de cristãos. Confira a seguir a
manchete do WND:
Vladimir Putin |
“Uma nova civilização está surgindo no Terceiro Mundo
que pensa que o Hemisfério Norte branco sempre a oprimiu e precisa pois cair a
seus pés agora… Se a civilização do Norte quiser se proteger, precisa se unir:
os EUA, a União Europeia e a Rússia. Se não se unirem, serão derrotados um a
um,” disse ele.
Ele estava se referindo principalmente ao islamismo
radical. E os EUA, com seu alicerce cristão, a Europa, com sua própria herança
judaico-cristã, e até a Rússia, com sua Igreja Cristã Ortodoxa histórica,
pareceriam ter razão de fazer parte dessa união.
Então, por que a elite política americana seria tão
avessa a buscar melhores relações com a Rússia, conforme sugeriu o presidente
Donald Trump?
Afinal, todos os presidentes americanos em anos
recentes declararam essencialmente a mesma meta. Recorde a política “reset” da
então secretária de Estado Hillary Clinton sob o presidente Obama.
Mas a oposição às sugestões de Trump têm sido altas e
longas, apesar do que alguns veem como esforços extraordinários por parte da
Rússia para proteger os cristãos.
Foi um padre flamengo de 76 anos do monastério Mar
Yakub, construído na cidade síria de Qara
no sexto século, que colocou essa questão no contexto que ele entendeu melhor:
sua própria vida.
“É miraculoso que ainda estejamos vivos. Devemos isso
ao exército do governo de Assad e a Vladimir Putin, pois ele decidiu intervir
quando os rebeldes ameaçavam tomar o poder… Entre muçulmanos comuns e cristãos,
não há problemas [aqui]. O problema são esses rebeldes islâmicos apoiados pelo
Ocidente que querem nos massacrar… Trump entende que o islamismo radical é uma
ameaça maior do que a Rússia.”
Na Europa, muitos dos novos partidos nacionalistas
anti-globalismo e anti-UE expressam admiração pela defesa que a Rússia faz dos
valores tradicionais, junto com os intelectuais cristãos europeus, que se
desesperam com o fato de que a Europa Ocidental abandonou suas raízes
espirituais.
Nos Bálcãs, a Rússia é a única potência que defende os
cristãos perseguidos pelos islamistas e se recusa a reconhecer Kosovo, que foi separado
da Sérvia com consentimento do Ocidente. A Rússia também é a única potência que
defende os cristãos perseguidos pelos muçulmanos albaneses, que são como o ISIS
e estão destruindo a herança de milênios da Igreja Cristã ali.
O arcebispo Vsevovlod Chaplin
declarou: “Qualquer luta contra o terrorismo é moral; podemos até chamá-la de
luta santa.”
Ele disse que os países cristãos “podem se opor ao
pseudo-extremismo islâmico só se baseando em valores religiosos tradicionais.”
“O secularismo jamais conseguirá lidar com o desafio
do fanatismo e extremismo religioso que estão chegando à Europa hoje,” ele
disse. “O secularismo sempre perderá para o extremismo religioso ou
pseudo-religioso. Ainda que o secularismo rechaçasse com êxito o radicalismo
religioso e público com a ajuda de poder e dinheiro por algum tempo, não durará
muito, só por 20 ou 30 anos.”
Mas na recente Conferência de Segurança de Munique, o
senador Lindsey Graham, R-S.C., disse: “2017 vai ser o ano de o Congresso dos
EUA dar um chute na b***a da Rússia.”
Ele citou alegações de que a Rússia hackeou os
sistemas de computadores do Partido Democrático e assim corrompeu a eleição
presidencial de 2016.
Ele disse que Trump “deveria estar trabalhando conosco
para punir a Rússia.”
Graham e seu colega senador John McCain, outro que
participou da Conferência de Munique, estão liderando uma campanha ampla para
desafiar e possivelmente descarrilhar a meta que Trump muitas vezes expressou
de melhorar as relações com a Rússia.
McCain, presidente da Comissão de Serviços Armados do
Senado, expressou esperança em janeiro de que o novo presidente dos EUA
desistiria da ideia de revogar as sanções contra a Rússia impostas por Barack
Obama.
“Se ele não desistir, trabalharei com meus colegas para
codificar sanções contra a Rússia na leis dos EUA,” McCain disse.
Graham reforçou tudo o que McCain em Munique,
anunciando que ele planejava introduzir uma moção conjunta do Partido
Republicano e do Partido Democrático pedindo mais sanções contra a Rússia que
obteriam “mais de 75 votos.” Ele também explorou a possibilidade de invocar o
Artigo 5 do Tratado da OTAN de que “um ataque a um membro é um ataque a todos
os membros.”
A retórica colérica de Graham ocorreu logo depois que
Michael Flynn, assessor de segurança nacional, entregou seu cargo em meio a
alegações de que ele e outros membros da equipe de Trump tiveram contatos
impróprios com diplomatas e autoridades de governo e inteligência da Rússia,
algo que tanto Flynn quanto a Casa Branca negam.
Mas os russos, na voz do ministro das relações
exteriores Sergei Lavrov, têm desafiado os que fazem tais afirmações a dar
alguns fatos com relação às afirmações de hackeação.
“Não vi nenhum fato. Só houve algumas acusações de que
tentamos hackear algum site do Partido Democrático,” ele disse.
O Congresso dos EUA está debatendo a questão e o FBI
está investigando.
Mas a Política Externa de Trump declara: “Derrotar o
ISIS e outros grupos terroristas islâmicos radicais será nossa prioridade mais
elevada,” que está em concordância com um dos pontos da recente declaração de
política externa oficial da Rússia, datada de apenas algumas semanas atrás.
Essa política declara: “A ameaça terrorista mundial
alcançou um novo ponto elevado com o surgimento da organização terrorista
internacional Estado Islâmico e grupos semelhantes que decaíram num nível sem
precedente de crueldade em sua violência. Eles aspiram criar seu próprio estado
e buscam consolidar sua influência num território que se estende desde as
praias do Oceano Atlântico até o Paquistão. O esforço principal em combater o
terrorismo deveria ser visar criar uma ampla coalizão antiterrorista
internacional com uma base legal sólida, baseada em cooperação coerente entre
Estados sem nenhuma consideração política ou padrões duplos, acima de tudo para
impedir o terrorismo e o extremismo e combater a propagação de ideias radicais.”
Trump e o presidente Vladmir Putin conversaram em 28
de janeiro, e a Casa Branca disse que ambos “têm esperança de que depois da
ligação telefônica de hoje os dois lados possam agir rapidamente para lidar com
o terrorismo e outras questões importantes de preocupação mútua.”
O governo russo disse: “Os dois líderes frisaram que a
união de forças na luta contra a ameaça principal — o terrorismo internacional
— é prioridade máxima. Os presidentes falaram claramente sobre estabelecer uma
coordenação real de ações entre a Rússia e os EUA com o objetivo de derrotar o
Estado Islâmico e outros grupos terroristas na Síria.”
O conflito então parece ser entre os dois presidentes,
cujo foco é o terrorismo, e a elite esquerdista nos EUA e Europa, assim como as
entidades de mídia como o New York Times, CNN e outros, que ao que tudo indica
querem aprofundar o distanciamento entre EUA e Rússia.
Alguns acham que a tensão são restos da Guerra Fria.
Autoridades russas muitas vezes expressam consternação
com tal sentimento, que Sergei Lavrov reiterou na Conferência de Munique,
opinando que a aliança da OTAN dirigida pelos EUA “permaneceu uma instituição
da Guerra Fria” com o objetivo de restringir a Rússia, uma continuação da política
antissoviética de contenção concebida pelo diplomata americano George Kennan no
agora famoso “Longo Telegrama” de 1946, a essência do qual foi posteriormente
publicada na revista “Foreign Affairs” (Assuntos Estrangeiros) em 1947, e se
tornou uma coluna da política dos EUA sobre assuntos soviéticos nos anos que se
seguiram.
Entretanto, foi o próprio Kennan que expressou grave
preocupação exatamente 50 anos depois de que uma expansão maior da aliança da
OTAN para o leste, estimulada pelo governo [do presidente esquerdista americano
Bill] Clinton, seria, como o título de seu artigo no New York Times descreveu, “um
erro fatal,” isto é, “o erro mais fatal da política americana na inteira era
pós-Guerra Fria.”
Como explicou Kennan: “Tal decisão poderá inflamar as
tendências nacionalistas, militaristas e anti-Ocidente nos sentimentos dos
russos; poderá ter um efeito adverso no desenvolvimento da democracia russa;
poderá restaurar a atmosfera da Guerra Fria nas relações entre Leste-Oeste, e
poderá impulsionar a política externa russa em direções que decididamente os
EUA não vão gostar.”
Além disso, Kennan perguntou: “Por que, com todas as
possibilidades produzidas com o fim da Guerra Fria, as relações Leste-Oeste
deveriam se tornar centradas na questão de quem seria aliado de quem e, por
consequência, contra quem em algum conflito militar futuro imaginário e
totalmente imprevisível e muitíssimo improvável?”
No entanto, a OTAN realmente se expandiu, em 1999,
2004 e 2009, acrescentando mais 12 países à aliança (com o minúsculo Montenegro
sendo o mais recente a ser convidado, pendente até que haja ratificação de
vários outros países membros da OTAN, inclusive os EUA). Além disso, em apoio
dos esforços da maioria dos albaneses muçulmanos na província sulina de Kosovo
que querem se separar da Sérvia, a OTAN unilateralmente bombardeou a Iugoslávia,
tradicional aliado da Rússia, na primavera de 1999, o que foi visto pelos
círculos elevados da Rússia como sinal de coisas que ocorrerão.
Putin disse na Assembleia Federal Russa em 2014: “Apesar
de nossa abertura sem precedentes então e nossa disposição de cooperar em tudo,
até mesmo nas questões mais sensíveis, apesar do fato de que consideramos…
nossos ex-inimigos como amigos íntimos e até aliados, o apoio que os EUA deram
para o separatismo na Rússia, inclusive informações, apoio político e
financeiro e apoio fornecido por serviços especiais — foi absolutamente óbvio e
não deixou nenhuma dúvida de que eles com alegria deixariam acontecer na Rússia
o mesmo cenário de desintegração e desmembramento. Com todas as consequências trágicas
para o povo da Rússia.”
Então houve a questão da Ucrânia, que é a fonte mais
recente da tensão entre Ocidente e Rússia, com ambos os lados apontando para
ela como “prova de agressão” por parte do outro, com líderes ocidentais
afirmando que a Rússia “anexou ilegalmente a Crimeia” e está apoiando
separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, e a Rússia acusando as potências
ocidentais de terem planejado um golpe em Kiev e instalando extremistas
anti-Rússia no governo, e afirmando que a Crimeia foi ilegitimamente unida à
Ucrânia por Nikita Khrushchev durante a era soviética.
E, no contexto da crise ucraniana, a OTAN está
mobilizando milhares de tropas adicionais para a fronteira da Rússia, como
resposta a uma ameaça percebida de agressão russa, ainda que o diretor do
Comitê Militar da OTAN, o general Petr Pavel, tenha confessado na Conferência
de Munique que ele crê que “a Rússia não tem uma intenção séria de atacar a
OTAN.”
E a Rússia continuou buscando iniciativas que
beneficiariam conjuntamente os dois lados na Guerra Fria, inclusive uma
proposta política para um “Tratado de Segurança Europeu” lançado pelo então
presidente Dmitry Medvedev em novembro de 2009.
Embora a proposta tenha sido recebida com ceticismo e
rejeição total no Ocidente, líderes russos não a tiraram de cogitação. Por
exemplo, na recente Conferência de Munique, o ministro de relações exteriores
da Rússia Lavrov repetiu o pedido de um “espaço comum de relações de boa
vizinhança desde Vancouver [no Canadá] até Vladivostok [na Rússia].”
Na raiz dessas opiniões baseadas em valores e
civilização está um processo que tem passado quase que despercebido pelo
Ocidente que está se secularizando rapidamente, o do retorno rápido da Rússia
ao Cristianismo. O presidente russo autorizou mais de 2 bilhões de rublos (100
milhões de dólares) de dinheiro de impostos para reconstruir igrejas que foram
destruídas sob o antigo regime soviético. Além do mais, nos 25 anos passados,
desde a queda do comunismo, a Igreja Cristã Ortodoxa Russa construiu ou
restaurou das ruínas mais de 25 mil igrejas.
“Isso significa que mil igrejas por ano estão sendo
abertas, isto é, três igrejas por dia,” de acordo com o metropolita Hilarion
Alfeyev, diretor do Departamento de Relações Eclesiásticas Externas.
Não diferente de Donald Trump, Putin regularmente
professa sua religiosidade, até mesmo num artigo do New York Times de 2013,
escrito no aniversário do ataque terrorista islâmico aos EUA em 11 de setembro
de 2001, e pedindo uma abordagem cautelosa ao problema na Síria. No artigo, ele
concluiu assim: “Somos todos diferentes, mas quando pedimos as bênçãos do
Senhor, não devemos nos esquecer de que Deus nos criou iguais.”
E vários dias depois, num discurso no clube conservador
Valdai amplamente divulgado na imprensa, Putin pediu que os russos “fortaleçam
uma nova identidade nacional baseada em valores conservadores e tradicionais
como a Igreja Ortodoxa, alertando que o Ocidente estava enfrentando uma crise
moral,” criticando os países ocidentais por “colocarem no mesmo nível famílias de
vários filhos e parcerias homossexuais, crença em Deus e crença e Satanás,” bem
como os “excessos de ideias politicamente corretas.”
Até mesmo o Rev. Franklin Graham, filho de Billy
Graham, comentou: “O que a Rússia está fazendo poderá salvar as vidas de
cristãos no Oriente Médio.”
Com relação à Síria, ele explicou: “Entenda que o
governo sírio, para o bem ou para o mal durante a história desse país, tem
protegido os cristãos, tem protegido as minorias contra os islamistas.”
Traduzido
por Julio Severo do original em inglês do WND (WorldNetDaily): Protecting
Christians, fighting terror? Russia’s on it
Fonte:
www.juliosevero.com
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