A morte do ditador comunista Fidel Castro é a verdadeira esperança de libertação de Cuba?
Julio
Severo
Fidel Castro (1926-2016) morreu ontem com a idade de
90 anos.
Segundo o site conservador judaico americano Breitbart,
com a ajuda do governo dos EUA Fidel derrubou uma ditadura direitista e acabou implantando
uma ditadura esquerdista. Por mais de meio século, ele desafiou o poder de 10
presidentes dos EUA.
O comunismo que Fidel implantou assassinou dezenas de
milhares de cubanos, restringiu a maior religião cubana, o catolicismo, e
estabeleceu oficialmente o ateísmo, embora Fidel e os líderes comunistas
cubanos praticassem a Santeria. O jornalista J.
Lee Grady, em reportagem da revista Charisma em 2006, disse: “O tipo
de comunismo de Fidel é uma estranha mistura de ideologia marxista e feitiçaria
caribenha. Em Cuba muitos sabem que ele consulta bruxos da Santeria — uma
religião que os escravos africanos importaram para Cuba e se misturou com
práticas católicas. Fidel ergueu estátuas e santuários honrando Santeria na
entrada de muitas vilas na nação de 11 milhões de pessoas.”
A Santeria é semelhante ao candomblé, que mistura
bruxaria africana com práticas católicas.
Com a morte de Fidel, o povo cubano vai finalmente se
ver livre do que muitos julgam a pior ditadura de Cuba?
E se Cuba voltar ao seu estado de, digamos, uns 150 anos
atrás, onde o ateísmo não dominava e o que dominava era o catolicismo?
Às vezes vemos um movimento conservador que quer um
retorno moral e religioso a um passado de uns 150 anos atrás.
Uns 150 anos atrás Cuba pertencia à Espanha e ambos
países não eram ateus nem comunistas. Eram oficialmente católicos. Cuba e
Espanha eram totalmente contra a agenda gay. Eram, pelos padrões atuais,
rigidamente conservadores, no aspecto moral.
Cuba nunca foi uma ditatura ateísta ou comunista
enquanto pertencia à Espanha, mas seu relacionamento não deixava de ser
ditatorial.
O contexto social, religioso e político de Cuba era
totalmente dependente da Espanha em todo o século XIX. Aliás, embora o
catolicismo já predominasse na Espanha, em 1851 foi assinada a Concordata entre
o governo da Espanha e o Vaticano. Pela Concordata, o catolicismo se tornou a
religião estatal oficial.
De acordo com o historiador católico Paul Johnson, em
seu livro “A History Of Christianity” (“Uma História do Cristianismo,”
publicado no Reino Unido em 1976), a Inquisição operou brutalmente na Espanha
até o século XIX. Ele
disse: “A última execução oficial por heresia na Espanha foi em
1826, quando um diretor de escola foi enforcado por tirar o ‘Ave Maria’ e
colocar no lugar ‘Louvado Seja Deus’ nas orações escolares.”
Embora a Inquisição tivesse sido abolida, deixando
teoricamente evangélicos e judeus livres de perseguição, na prática a liberdade
religiosa era negada na Espanha e, por extensão, em Cuba.
Contudo, a supremacia católica, que nada tinha a ver
com ateísmo e comunismo, em nada ajudou Cuba no final do século XIX. O espírito
da Inquisição estava solto.
De acordo com o historiador
americano Bill Federer, “A escravidão durou em Cuba mais do que em
qualquer outro país do hemisfério ocidental, com exceção do Brasil.”
As informações de Federer revelam que em apenas três
anos, entre 1896 e 1897, o governo ultracatólico da Espanha deteve mais de um
terço da população de Cuba em campos de concentração. Mais de 225.000 cubanos
morreram de fome, febre amarela e exposição constante ao frio, sol, chuvas,
sereno, etc., sem abrigos. Por incrível que pareça, essa Espanha radical,
outrora campeã absoluta da Inquisição católica, conseguiu ser pior do que o
comunismo de Fidel Castro.
Federer também disse que o governo espanhol “ ajuntou
como gado centenas de milhares de civis cubanos de suas fazendas rurais e os
fez marchar até campos de concentração lotados de gente — um exemplo que Hitler
e Stálin imitaram.”
Isto é, os horríveis campos de concentração usados na
Alemanha nazista e na União Soviética foram inspirados diretamente não na
cabeça de Karl Marx, mas no tratamento que uma Espanha rigidamente católica e
direitista dava ao povo cubano.
A morte de Fidel é um alívio para muitos. Para os que
valorizam a cultura cristã, Fidel foi para o inferno, supostamente porque ele
merecia mais que os outros seres humanos. Mas uma verdadeira visão cristã da
realidade entende que o inferno não é um lugar eterno apenas para Fidel,
Hitler, Stálin e outros ditadores.
A Bíblia ensina que o inferno é para todos os que não
aceitam a salvação e transformação de Jesus.
Os ateus não se preocupam com um inferno para Fidel e
para si, pois eles não acreditam em destino eterno. Mas o ateísmo deles não é
nada inocente e é diretamente responsável pelo comunismo em Cuba.
E quanto à ditadura pior que o comunismo que Cuba
sofreu durante o século XIX de uma Espanha rigidamente católica direitista?
Essa triste realidade mostra que Cristianismo (catolicismo, protestantismo e
ortodoxos) sem obediência à Bíblia e a vitalidade do Espírito Santo produz prisão
e morte. Por isso, Cuba sofreu durante séculos muito mais do que sofreu durante
o comunismo.
Sem a libertação espiritual de Jesus Cristo, um
coração iludido sai de uma ditadura e cai em outra. Essa foi a realidade que
Cuba sempre viveu muito antes de existir comunismo.
A morte de Fidel pouca solução real traz para Cuba.
Mas a morte e ressurreição de Jesus trazem esperança, solução e salvação para
todos os cubanos em todas as épocas.
Fonte:
www.juliosevero.com
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3 comentários :
Só Deus na causa para haver salvação
Enquanto muitos comentam sobre a morte de um ditador sanguinário(Fidel Castro)eu prefiro relembrar a vida e obra do virtuoso Dr. Russell Shedd que descansou no senhor no mesmo dia.
Não seria um exagero identificar uma relação entre os campos de concentração de tipo stalinista e nazista com o sistema da Inquisição católica?
Objetivamente, não houve outro totalitarismo com o mesmo impacto no imaginário antes da ascensão bolchevique, mas não devemos desprezar o aparato repressor dos estados convencionais, que não seguiram nenhuma ideologia definida nem se atreveram a criar campos para a perda de identidade e da individualidade.
Ao menos o marxismo e a Inquisição tentaram a reeducação.
A Revolução Francesa, não.
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