A esquerda e o seu demônio
Por Eguinaldo
Hélio Souza
Manipular palavras é parte essencial da guerra
cultural esquerdista. Desmascarar
essa manipulação é nosso dever, uma árdua tarefa para desintoxicar o pensamento
da nação.
Essa estratégia, chamada de novilíngua, é descrita na
obra 1984 de Orwell. Vemos
essa manipulação no uso da palavra “burguesia”, feita pelo marxismo clássico.
Ao contrapor “cultura proletária” a “cultura burguesa” não estava acontecendo
nenhuma descrição da realidade, mas criava-se um antagonismo artificial para
ser utilizado na destruição de seus oponentes. Vemos isso ao lidar com a
família.
A
esquerda é inimiga da família judaico-cristã. A imagem do Salmo 128 é para ela
uma abominação que precisa ser extirpada. No entanto, ela não a define como
família judaico-cristã. Define como “família burguesa”. Qualquer instituição,
qualquer pensamento, qualquer ação que não pertença aos dogmas sacrossantos da
esquerda, será chamada de “burguesa”. A imprensa é burguesa quando critica a esquerda.
A cultura é burguesa porque não reflete os pensamentos de Marx e não os adota
como seu credo. Seus oponentes ou discordantes serão chamados de burgueses,
mesmo que trabalhem no chão da fábrica. E eles próprios serão os representantes
do pensamento proletário, ainda que descendam há muitas gerações de grandes
famílias capitalistas ou da classe média. Como em tudo que se envolvem, suas
mentes não têm o mínimo compromisso com a verdade, mas apenas com o mundo
fictício que criaram, onde eles são os mocinhos e seus opositores, independente
da origem, são o seu “diabo”. O Grande Irmão se alimenta de seu Goldstein.
A burguesia é o seu demônio, seu opositor máximo. Ele não tem forma definida. Tudo o
que se opõe a esquerda receberá esse nome. Isso não tem nada haver com a
realidade, em como as coisas são. Isso é tática de guerra ideológica. Hitler,
em seu Mein Kampf a definiu claramente:
“A arte de todos os grandes
condutores de povos, em todas as épocas, consiste, em primeira linha, em não
dispersar a atenção de um povo e sim concentrá-la contra um único adversário. (...)
Faz parte da genialidade de um grande condutor fazer parecerem pertencer
a uma só categoria, mesmo adversários dispersos, porquanto o reconhecimento de
vários inimigos nos caracteres fracos e inseguros, muito facilmente conduz a um
princípio de dúvida sobre o direito de sua própria causa”[1]
É bom frisar que não foi a esquerda que aprendeu com
Hitler, mas Hitler aprendeu com os comunistas. “Esses ‘gêmeos heterozigotos’ (Pierre Chaunu), ainda
que inimigos e originários de histórias diferentes, tem vários traços em comum”.[2].
Manipular palavras e unificar os inimigos é um deles.
A
grande maioria dos esquerdistas é burguesa no sentido literal da palavra. Mas
sua guerra cultural exige uma demonização dos adversários. E para isso é
preciso que todos os seus inimigos sejam classificados como um grupo único.
Roubando do cristianismo as essências que julgaram convenientes, eles são os
salvadores do mundo em luta contra as hostes das trevas. E o nome dessas hostes
é “burguesia”. Assim ficou fácil. O marxismo odeia tudo o que é cristão,
inclusive a família cristã. Para não dar na vista, a chama de burguesa.
“De modo semelhante, respondendo à
segunda crítica, ele [Marx] argumenta que a abolição da família significava a
abolição da família burguesa...”[3].
Um excelente disfarce para reunir seus inimigos sob um único teto. Como testemunhou um senador americano, que conheceu Marx pessoalmente em
seus trinta anos: “Eu me lembro claramente do cortante desdém com que ele
pronunciava a palavra ‘burguês’; e de “burguês” — isto é, um exemplo detestável
da mais profunda degeneração mental e moral — ele chamava qualquer um que
ousasse opor-se a suas opiniões”[4]
Dessa forma o pensamento vai sendo distorcido e os
discordantes vão sendo classificados, não como legítimos pensadores, formadores
de opinião, críticos honestos ou portadores da verdade. As instituições vigentes, inclusive
a família, não são elementos adequados para orientar a realidade. Tudo
o que não é de esquerda precisa ser destruído.
Não
se engane. A família burguesa que o marxismo se propôs destruir desde os seus
primórdios é, na verdade, a família cristã. A cultura contra a qual luta,
embora a chame de burguesa, é na verdade a cultura judaico-cristã. O marxismo
luta para descristianizar nossa civilização, mas jamais assumirá isso. Da
mesma forma que os nazistas chamavam seu genocídio de “limpeza étnica”, eles
ocultarão as maiores maldades sob os nomes mais doces, e chamarão “demoníacas”
as ações mais sublimes dos que deles discordam.
O que
dizem que querem fazer, parece bom. O que realmente querem fazer é sempre mal.
Palavras em seus lábios, não são descrições correspondentes à realidade. São
armas cruéis que utilizam para destruir e recriar o mundo à imagem e semelhança
de suas mentes deturpadas. E se não conseguirem reconstruir nada, a mera
destruição já lhes basta.
Fonte: www.juliosevero.com
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Um comentário :
E até hoje não consigo entender como existem muitos cristãos esquerdistas. Para mim, só há uma explicação: Ou desconhecem o cristianismo ou desconhecem o marxismo ou são caras-de-pau mesmo.
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