Entrevista com Filipe Luiz C. Machado, autor do livro “Armas, Defesa Pessoal e a Bíblia”
Julio Severo
O
desarmamento é um assunto defendido ferrenhamente pela Esquerda, inclusive a
Esquerda evangélica. Na verdade, o maior fato influenciando os evangélicos é a
cultura, que no Brasil é desarmamentista desde sempre. No passado, só a elite e
o clero católico podiam andar armados. Aos cidadãos, restava confiar sua
segurança aos seus senhores. Mas essa cultura brasileira tradicional ou mesmo
moderna e esquerdista está de acordo com a Bíblia? Acredito que não. Por isso,
entrevistei o Filipe Luiz C. Machado, autor do livro “Armas, Defesa Pessoal e a
Bíblia,” para trazer vários esclarecimentos sobre desarmamento e porte de
armas.
Filipe Luiz C. Machado |
Filipe Machado: Sim, pois é mais um dos temas que é deixado de lado,
quase como que ao arbítrio de cada indivíduo. Muitas igrejas não se preocupam
em pregar a prática cristã efetiva e este e outros assuntos acabam sendo
negligenciados. Senti a obrigação de demonstrar como a Bíblia, ao contrário do
que se pensa, é muito clara sobre esse assunto — então tive a esperança de que
se o crente lê a Bíblia, poderia ser convencido por ela.
Julio Severo: Por que os evangélicos americanos
aceitam porte de armas com naturalidade e os evangélicos brasileiros não?
Filipe Machado: Por lá, também, muitos rejeitam as armas, mas a
cultura favorece o contrário. São um povo que se envolve em guerras constantes,
lutam (ou não) de forma mais efetiva contra o terrorismo, possuem uma
legislação que protege os bens materiais e dá meios para o cidadão fazer
isso... O conjunto maior da nação americana acaba propiciando um entendimento
mais “rápido”.
Julio Severo: Por que na mente do evangélico
brasileiro porte de armas é sinônimo de bandidagem? Isso vem da cultura ou da
Bíblia?
Filipe Machado: Creio que é sinônimo disso e/ou da ilusão de que as
armas dos crentes são as do evangelho. Certamente vem da má interpretação
bíblica e aliado à cultura da “paz e amor”, da “não agressão” e de que já
vivemos em um país suficientemente violente. O cristão brasileiro tem
dificuldade em entender que a finalidade da arma é poupar vidas e propriedades,
e não a simples e irrestrita retirada de vida das pessoas.
Filipe Machado: Que é plenamente lícito e em até certo ponto,
necessário.
Julio Severo: O que a tradição protestante diz sobre o
porte de armas?
Filipe Machado: Sempre haverá as vozes discordantes, mas ao que nos
parece, há unanimidade sobre o tema. A ilustração da capa do livro, por
exemplo, é um fiel retrato: uma família de puritanos do século 17 indo à igreja
– homens à frente e armados, a fim de zelarem pelos demais, tanto dos
assaltantes como de animais selvagens. Uma rápida pesquisada em outras artes
protestantes, revela a naturalidade das armas em meio ao contexto.
Julio Severo: Tradicionalmente, o porte de armas é uma
liberdade em países católicos ou protestantes?
Filipe Machado: Mais em países protestantes. Primeiro, porque muitas
vezes foram perseguidos por católicos. E em segundo lugar, porque o catolicismo
prega aquela falsa piedade exterior, como se flores pudessem combater o crime.
Ou ainda, porque os católicos desconsideram que o homem, sem Cristo, é
inerentemente mau e não fará nenhum bem, a não ser que seja convencido e
trazido por e para Jesus.
Julio Severo: Por que no país mais protestante do
mundo, os EUA, sempre houve mais liberdade de porte de armas para a população
geral e no país mais católico do mundo, o Brasil, sempre houve mais restrições
para a população geral, sendo acessível quase que exclusivamente para as
classes ricas e dominantes? Quais são as causas dessa disparidade?
Filipe Machado: A América do Norte foi criada a partir dos “pais
peregrinos” ou “puritanos” que partiram da Inglaterra, a fim de fundar a “Nova
Inglaterra”, como era chamado os EUA, antigamente. Dado esta veia protestante e
ainda mais pelo contexto de perseguição e guerras que os puritanos viviam, o
armamento era algo corriqueiro, absolutamente normal — e tudo isso foi
incorporado à cultura. Já no Brasil, a situação é bem diferente: não
fomos fundados por cristãos e não temos nenhum registro muito relevante ou de
grande duração, de crentes comandando esta nação. Some-se a isso a entrada
massiva do esquerdismo e temos o retrato da atualidade.
Julio Severo: Por que grupos esquerdistas defendem
obsessivamente o desarmamento?
Filipe Machado: Porque querem que somente o Estado detenha o monopólio
da força, pois amam o Estado-gigante e quanto mais dependente dele o povo for,
mais fácil será o controlar.
Julio Severo: Por que a CNBB (Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil) defende o desarmamento? Eles se desviaram da Bíblia?
Filipe Machado: Porque possuem raízes esquerdistas. E sim, se
desviaram da Bíblia, ao menos neste quesito.
Julio Severo: Por que os pastores adeptos da Teologia
da Missão integral defendem o desarmamento? Eles se desviaram da Bíblia?
Filipe Machado: À semelhança de outros movimentos, também creem em
pontos esquerdistas, enaltecendo o Estado e falando em “luta de classes”. E se
amam o Estado, principalmente o “Estado social”, querem que toda a força esteja
somente com ele, pois o “patrão é mau e só quer explorar”. Igualmente, creem
que o amor pode vencer barreiras, se esquecendo, porém, que neste mundo teremos
aflições, como nosso Senhor já disse. A missão integral falha em, muitas vezes,
reduzir o evangelho à ascensão da classe mais pobre, como se este fosse o
primeiro objetivo do evangelho. E sim, neste quesito, se desviaram da Escritura.
Julio Severo: Um pastor deveria publicamente defender
o desarmamento ou porte de armas?
Filipe Machado: Sem sombra de dúvidas. Se é um assunto claro na
Bíblia, a omissão configura pecado. Todavia, há a necessidade de sabedoria para
se tratar, uma vez que, em alguns casos, é melhor sofrer do que causar dano
pior.
Julio Severo: Qual a diferença entre desarmamento e a
paz bíblica?
Filipe Machado: Desarmamento é o povo sem armas e toda força no
Estado. Paz bíblica pode ser a paz com Deus, paz entre os homens. A verdade é
que a paz bíblica se obtém conforme a Bíblia ordena, e não de acordo com os
preceitos humanos.
Julio Severo: Em países em que o governo permite o
porte de armas, o que o cristão deve fazer?
Filipe Machado: Adquirir uma arma para proteger a si e sua família.
Fica na liberdade de quem não o desejar, mas deve estar certo de que o prover
de seu segurança e de outrem, especialmente os homens, não é uma opção, e sim
um dever. A pessoa pode desejar não ter uma “arma de fogo”, mas deve estar
prevenida de algum outro modo.
Julio Severo: Em países em que o governo impõe o
desarmamento, o que o cristão deve fazer para se defender de criminosos
armados?
Filipe Machado: Há quem defenda a legitimidade para se desobedecer
esta norma, ainda mais em contexto de ruralismo ou regiões sem qualquer
policiamento. Se esta for a opção adotada por alguém, deve lembrar que pode
sofrer sanções por causa disso. Já se optar por não ter algo “ilegal” (mas que
fere a Bíblia), pode comprar outros objetos que podem auxiliar um pouco na
defesa, como bastões, sprays ou até mesmo uma potente arma de ar comprimido.
Julio Severo: Existe uma obrigatoriedade ou
necessidade de porte de armas?
Filipe Machado: Creio que ambas, a depender do contexto em que se tira
esta pergunta.
Julio Severo: É certo o cristão que não gosta de armas
condenar o cristão que possui armas?
Filipe Machado: Não. A condenar alguém por estar seguindo as Escrituras
é algo terrível.
Julio Severo: É certo o cristão que possui armas
condenar o cristão que não gosta de armas?
Filipe Machado: Eu substituiria a palavra “condenar” por ensinar.
Creio que o crente deve sempre buscar a “paz com todos”, como diz a Bíblia — e
isto inclui o ensino e a admoestação aqueles que ainda não entendem alguma
verdade bíblica.
Julio Severo: Como o leitor pode fazer para adquirir
seu livro?
Filipe Machado: A primeira remessa já se esgotou. Foram vendidas perto
de 700 unidades de modo independente. Querendo Deus, ainda em 2016 será feita
uma nova remessa e o link para compra será o atual (www.livro.reformahoje.com.br),
a menos que consiga alguma editora para vender. No link atual, é possível
adquirir o livro digital.
Fonte: www.juliosevero.com
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6 comentários :
o pacifismo foi uma maxima dos pentecostais americanos durante muito tempo a assembleia de Deus nesse pais só abandonou esse preceito na decada dos 60 .no brasil não consta que essa denominção tenha adotado o pacifismo alguma vez mas até hoje existem denominações e igrejas que rejeitam seu uso os membros são incluso vedados de exercer profissões que façam uso de armas.mas no mundo mau que vivemos por vezes temos de valer-nos de inconveniencias para servir a Deus e ao proximo como por exemplo o uso de armas .de que adianta ser ´pacifico´ e negligenciar a segurança alheia?
Ótima entrevista.
Obs: com essa barba ele ta a cara de um puritano do sec xvii kkkk
Sobre o problema do desarmamento da população civil, não basta que o direito à posse de armas e ao seu porte seja pétreo, como na Constituição Estadunidense, as leis civil-penais também precisam ser rígidas não somente na questão das punições aos delitos (ilícitos civis) e aos crimes (ilícitos penais), mas também acabando com todas as regalias aos detentos, sobretudo os perigosos, como saídas por bom comportamento, visitas íntimas e outras, também separando os comuns dos perigosos, também os obrigando a trabalharem para o Estado e para a Sociedade. Os desvios de verbas da Educação e da Saúde idealmente deveriam ser crimes hediondos, equiparados aos estupros, aos homicídios qualificados e assim sucessivamente, pois eles matam a Sociedade.
Julio Severo: Por que grupos esquerdistas defendem obsessivamente o desarmamento?
Filipe Machado: Porque querem que somente o Estado detenha o monopólio da força, pois amam o Estado-gigante e quanto mais dependente dele o povo for, mais fácil será o controlar.
Eis aí o verdadeiro motivo da esquerda ser contrária ao armamento. Como tem feito mal pro mundo a ideologia dos esquerdistas, querem tolher todos os direitos dos cidadãos de bem. Querem controlar desde a educação até a nossa segurança. Parabéns ao escritor, pois, este tema é de suma importância, principalmente pelo momento em que vivemos na nação.
DESARMAMENTO: a máxima dos governos totalitários que, de tão ruim que são, só conseguem se sustentar através da força, e, o pior, aproveitam-se do caos que eles próprios geraram (caos social, na educação, na segurança, na saúde, na economia...) pra fazer auto-propaganda, enganando os miseráveis com pão e circo (bolsas, casas populares, copa do mundo, olimpíadas, carnaval, etc.).
Eu era pró desarmamento, mas, ao analisar a questão com calma mudei de opinião. E o mais engraçado disso tudo, é que muitos que pregam o desarmamento quando vai transferir grandes soma$, contratam carro forte e policiais fortemente armados. Mas nunca esqueçamos que arma é uma necessidade e não segurança, nossa segurança vem de Deus.
P.S. O desarmamento só fortalece o estado e a bandidagem.
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