A demonização e perseguição da Igreja Católica contra os judeus
Lucas Banzoli
Depois dos cátaros, o povo que mais sofreu com a
demonização católica foram os judeus. A cada tragédia natural que ocorria,
incluindo a própria Peste Negra, o clero católico tratava de achar o bode
expiatório e culpar os judeus pelo incidente natural. A mesma coisa se repetia
vez após vez. Tal como Hitler foi implacável na Alemanha em sua máquina
propagandista nazista antissemita, a Igreja Católica foi totalmente implacável
em fazer dos judeus seu bode expiatório para todos os problemas do mundo,
usando seu alto e baixo clero para demonizá-los diante da opinião popular, que,
não à toa, passou a detestar os judeus.
Isso é reconhecido por todos os historiadores sérios. Bethencourt
afirma que “o judaísmo aparece como a principal heresia a combater (seguida do
protestantismo e do islamismo)”[1]. Isso significa que, mesmo tendo outras “heresias”
para se preocupar, eram os judeus a atenção primordial da Igreja Católica, como
se os judeus fossem um mal inato e superior a todos os outros. Foi assim que a
Igreja Católica criou o conceito de “limpeza de sangue”, segundo o qual os
judeus tinham sangue infectado, o mesmo conceito preconceituoso e monstruoso
que foi restaurado por Adolf Hitler na Alemanha nazista.
Em outras palavras, enquanto o problema de
protestantes, cátaros, valdenses e muçulmanos era apenas o fato de serem
“hereges”, os judeus além de hereges ainda tinham “sangue impuro”, o que
aumentava ainda mais o interesse da Inquisição neles, e os tornava seus alvos
preferidos. Bethencourt observa como o “crime” de judaísmo era predominante nos
sermões dos autos da fé (cerimônia onde os hereges eram executados a mando da
Igreja Católica), mesmo quando outras “heresias” também estavam presentes:
Quando se lê a série impressionante
de sermões de autos da fé impressos desde o início do século XVII em Portugal,
é evidente a presença esmagadora e constante do Judaísmo. A grande maioria dos
sermões organiza-se quase exclusivamente em torno desse assunto, repetindo os
exemplos e as citações recolhidas no Antigo Testamento, mesmo quando existem
outras heresias importantes nas listas de condenados.[2]
Anita Novinsky também destaca que “o elemento central
atingido pelo regime totalitário português foi o judeu, que, mascarado de
cristão-novo durante quase três séculos, tornou-se alvo de um programa
destrutivo e de um ódio sem precedentes na história. Os judeus foram o único
povo para o qual foi criado um tribunal específico, com a finalidade de vigiar
e punir qualquer prática e memória do Judaísmo”[3]. Ela comenta ainda que “a
propaganda construída pelo clero católico criou mentiras que justificaram usar
os judeus como bodes expiatórios; porém, os inquisidores não tinham a intenção
de matá-los todos, nem de acabar com as heresias e os hereges — pois deles
provinha principalmente sua maior fonte de renda, e o sustento da maior
burocracia do país”[4].
Quando a Peste Negra assolou a Europa entre 1347 e
1350, devastando um terço da população da época, o clero católico colocou nos
judeus, é claro, a culpa pela catástrofe. Os judeus foram acusados de envenenar
a água dos poços para contaminar os cristãos, e, mesmo sem absolutamente
nenhuma prova de que isso fosse verdade, o clero romano conseguiu diabolizar os
judeus de tal forma que milhares deles foram pilhados e mortos[5]. A
demonização dos judeus pela Igreja Católica era tamanha que o próprio termo
“judeu” passou a ser considerado uma ofensa, de modo que alguém que fosse
chamado de judeu poderia prestar queixa-crime contra o insultador[6].
A Igreja Católica ainda fabricava casos para a
condenação dos judeus diante da opinião pública. Um dos mais marcantes ocorreu
em 1491, quando os inquisidores falsificaram um “crime ritual” envolvendo um
certo Santo Niño de la Guardia, “evento que causou tal comoção que, no dia 31
de março de 1492, os reis católicos decretaram a expulsão de todos os judeus
dos reinos de Espanha ‘para que jamais retornassem’”[7]. Baigent e Leigh
afirmam que esta foi a “fabricação mais crassa que qualquer outra perpretada em
nosso século por Hitler ou Stalin”[8]. Um pretexto armado para que os judeus
fossem culpados, execrados e expulsos de suas próprias casas.
Não se pode deixar de mencionar também o que ocorreu em
1475, quando, novamente, os pregadores católicos culparam os judeus pela morte
de uma criança, para que todos fossem igualmente abominados e odiados:
Exemplar
foi o caso de S. Simão. Em 1475, em Trento, o pregador
Bernardino da Feltre, dito “o flagelo dos judeus” por já tê-los expulso de
muitas cidades do norte da Itália, ladrou (expressão dele) contra os usuários
locais anunciando que um acontecimento extraordinário sobreviria antes da
Páscoa. Quando o menino Simone, de pouco mais de dois anos, desapareceu, sendo
depois encontrado afogado, os judeus da cidade foram detidos, seus bens
confiscados antes do estabelecimento da culpa, os homens torturados até
“confessarem” depois de 17 dias de suplício, e executados. Apenas a judia
Brunetta não cedeu às torturas, jurando até o fim inocência.[9]
Esse
profundo ódio ao povo de Deus do Antigo Testamento levou os poetas católicos da
época a escrever poesias inteiramente preconceituosas e fortemente
discriminatórias contra os judeus, talvez até mais do que viria a ser na
Alemanha nazista. Gautier de Coincy, por exemplo, escreveu:
Mais
bestiais que as próprias bestas
São todos os judeus, não há dúvida.
Deve-se odiá-los e eu os odeio
E Deus os odeia, como eu faço.
E todo mundo deve odiá- los.[10]
Outro poeta católico da época, Konrad de Wurzburg,
escrevia:
Que a desgraça caia sobre os judeus
Covardes, surdos e malvados,
Que não se preocupem de livrar-se
Dos padecimentos do inferno.[11]
Já no século XV, o poeta católico Ronsard escrevia as
seguintes estrofes:
Não amo nada os judeus,
Eles puseram na cruz
Esse Cristo, esse Messias
Que nossos pecados apaga (...)
Filho de Vaspasiano, grande Tito,
Faças destruindo sua cidade,
Destruir sua raça
Sem lhes dar tempo,
Nem momento nem espaço
De procurar em outra parte
Outros diversos lugares.[12]
Outro poeta fez circular pela cidade um panfleto onde
descrevia os judeus indo para a fogueira, cuja reação da plateia era:
Agradecemos a Deus por ver em
nossos dias o castigo dessa raça de cães infiéis e heréticos. Elevemos nossas
vozes em coro, para agradecer-lhe esse favor; e façamos pilhas de gravetos para
que não falte madeira na hora do holocausto.[13]
É difícil conseguir hoje em dia imaginar de que forma poetas
normais da Idade Média e Moderna poderiam tão facilmente se deixar levar pelo
antissemitismo católico, uma vez que, se estes versos fossem poetados hoje,
seriam todos execrados, presos ou incluídos no restrito rol de neonazistas que,
infelizmente, continuam existindo. Mas, lastimavelmente, esses poetas não
estavam dizendo nada anormal para os padrões da época. Diferente era quem
respeitasse os judeus. Numa época em que a Igreja Católica ditava as regras, os
costumes e a cultura, incluindo quem devesse ser amado e quem devesse ser
odiado, é natural que até as mentes mais brilhantes fossem contaminadas pelo
antissemitismo clerical. É como se todo mundo da época fosse um pequeno
nazista. Precisou que a influência da Igreja Católica se extinguisse para que
os judeus fossem enfim respeitados como seres humanos.
Bernardino nada faz para justificar as atrocidades da
Igreja Católica na perseguição e discriminação aos judeus, apenas menciona que
os judeus foram perseguidos por todo mundo em todas as épocas, deixando
implícito que a Inquisição tinha razão em fazer o mesmo. Nem isso tampouco
chega a ser verdade: os judeus eram tolerados no período de dominação persa e
romana, tendo apenas que pagar um imposto a César. Eles só eram combatidos
quando se rebelavam. Enquanto os imperadores romanos como Nero, Domiciano e
Dioclesiano perseguiam severamente os cristãos, os judeus eram poupados. E até
nas terras árabes os judeus eram mais bem tratados do que pela Igreja Católica na
Europa Ocidental. Como Malucelli afirma, “os regimes islâmicos da época tinham
por hábito dar aos judeus condições melhores do que as dos cristãos”[14].
Portanto, nem a desculpa de que os judeus eram sempre
perseguidos serve. Nenhuma perseguição jamais foi tão intensa quanto a
empregada pela Igreja Católica. Nem entre os árabes, nem entre os bizantinos,
ser judeu significava ter “sangue impuro”. Entre os católicos sim. Como Nazario
escreve, “a doutrina transformou a acusação política numa assertiva
hereditária, como se o não-reconhecimento da divindade de Cristo e a culpa de
sua crucificação fossem maldições magicamente transmitidas pelo sangue”[15]. Os
judeus eram frequentemente acusados de “deicídio”, isto é, do crime de “matar
Deus”, ainda que os que tivessem efetivamente crucificado a Cristo já tivessem
morrido há mais de um milênio.
E mesmo que todos perseguissem os judeus na mesma
intensidade, isso em nada justificaria as atrocidades e o preconceito da Igreja
Católica contra eles, ainda mais para uma instituição religiosa que
pretensamente se julga ser a “Igreja de Cristo”, assistida infalivelmente pelo
Espírito Santo e por papas infalíveis. O fato de a Igreja Católica ser o
baluarte do preconceito aos judeus na época só confirma que era uma instituição
tão humana e pecadora como todas as outras.
Como Novinsky escreve, “muitos marranos perderam suas
vidas não porque eles secretamente continuaram a sua vida religiosa judaica, ou
expressavam uma fé sincrética, mas porque eles eram judeus, exatamente como
milhares de judeus perderam suas vidas no século XX, não por razões religiosas,
mas simplesmente porque eram judeus”[16]. O preconceito aos judeus por parte da
Igreja era tanto que eles eram obrigados a se vestir de maneira diferente da
“moda cristã”. Essa medida racista e preconceituosa se vê presente, por
exemplo, no Concílio ecumênico de Florença (1431-1445)[17], entre outras
medidas discriminatórias:
Além disso, renovamos os cânones
sagrados, que ordenam os bispos diocesanos e os poderes seculares a proibir em
todos os sentidos judeus e outros infiéis de ter cristãos, homens ou mulheres,
em suas famílias prestando serviços, ou como enfermeiros de seus filhos, e os
cristãos de entrar com eles em festas, casamentos, banquetes ou banhos, ou em
muita conversa, ou em tomá-los como médicos ou agentes de casamentos ou
mediadores nomeados oficialmente de outros contratos. A eles não devem ser
dadas outras repartições públicas, ou admitidos a quaisquer graus acadêmicos.
Eles estão proibidos de comprar livros eclesiásticos, cálices, cruzes e outros
ornamentos de igrejas, sob pena da perda do objeto, ou a aceitá-los em penhor,
sob pena de perda do dinheiro que emprestou. Eles estão obrigados, sob severas
penas, de usar algum vestuário em que possam ser claramente distinguidos dos
cristãos. A fim de evitar relações sexuais mútuas, eles devem habitar em áreas
distantes, nas cidades e vilas que estão para além das residências dos cristãos
e o mais distante possível de igrejas. Nos domingos e outras festas solenes que
não se atrevam a abrir suas lojas ou trabalhar em público.[18]
Diante do que vemos neste Concílio considerado
“infalível” pela Igreja Católica, quem era que incentivava o preconceito e a
discriminação contra os judeus? A resposta é óbvia: a própria Igreja Católica.
O problema vinha de cima. O baixo clero, assim como os poetas da época, apenas
refletia a moral da Igreja Católica, a qual seguiam à risca. Era a Igreja Católica
que criava o ambiente de intolerância e propiciava os crimes cometidos em nome
da fé.
Luiz Nazario resume as imposições vestuais ordenadas
aos judeus pela Igreja Romana:
Não podiam mais se vestir à moda
cristã e, para que se diferenciassem, foram obrigados a usar distintivos: na
França, Itália e Espanha, um círculo amarelo ou rodela; na Alemanha, um chapéu
cônico na mesma cor amarela ou vermelha; na Polônia, um chapéu pontudo de cor
verde; na Inglaterra, duas tiras de pano costuradas sobre o peito, imitando as
Tábuas da Lei.[19]
Só o fato da Igreja Católica não considerar os judeus
do mesmo valor que os cristãos enquanto ser humano é que justifica as medidas
discriminatórias de distinguir os judeus dos cristãos e isolá-los em guetos. Isso
não é em nada diferente da política nazista. Daí já se pode perceber uma
pequena parcela do preconceito despejado contra os judeus simplesmente por
serem judeus. Acusados pela Igreja Católica de terem sangue impuro e infectado,
feitos de bode expiatório para qualquer tragédia que acontecesse, alvos de
crimes forjados para puni-los com a tortura e a morte, atacados severamente
pelos sacerdotes católicos nas missas e nos autos da fé, queimados na fogueira
a mando da Igreja, frequentemente hostilizados pelos pensadores católicos da
época, além de lhes ser impostas medidas racistas e discriminatórias.
Concílio após concílio, a Igreja Católica impunha
restrições aos direitos civis dos judeus que se igualavam em tudo às medidas
tomadas pelo Partido Nazista quando esteve no poder. A tabela a seguir sumariza
algumas dessas medidas:
Sínodo
|
Catolicismo
|
Nazismo
|
Sínodo de Elvira, em 306
|
Proibição de casamentos e relações sexuais entre
cristãos e judeus e proibição aos judeus de comerem junto com cristãos.
|
Em 15 de setembro de 1935:
O nazismo fez o mesmo, criando a lei de proteção ao
sangue e honra dos alemães.
|
Sínodo de Clermont, em 535
|
Exclusão dos judeus de todas as funções públicas
|
7 de abril de 1933:
O Nazismo fez o mesmo, criando a Lei para a
restauração do serviço público profissional.
|
Sínodo de Orleans, em 538
|
Proibição aos judeus de terem empregados cristãos.
|
15 de setembro de 1935:
O Nazismo fez o mesmo, com sua Lei para a Proteção do
Sangue Alemão e Honra Alemã.
|
Sínodo de Orleans, em 538
|
Proibição aos judeus de aparecerem nas ruas durante a
Semana Santa.
|
03 de dezembro de 1938:
O Nazismo fez o mesmo, com um decreto que autorizava
as autoridades locais proibirem os judeus de aparecem nas ruas durante certos
feriados.
|
XII Concilio de Toledo, 681
|
Destruição do Talmud e outros livros judaicos.
|
Os nacionais-socialistas fizeram o mesmo em toda a
Alemanha.
|
Sínodo de Trulanic 692
|
Proibição aos cristãos de se tratarem com médicos
judeus.
|
25 de julho de 1938:
Cria-se um decreto nazista estabelecendo o mesmo.
|
Sínodo de Narbonne 1050
|
Proibição a cristãos de conviverem com famílias
judias.
|
28 de dezembro de 1938:
O nazismo faz o mesmo, criando a Diretiva de Goering,
proibindo a concentração de judeus em casas residenciais arianas.
|
Sínodo de Szabolcs, 1092
|
Proibição de trabalhar aos domingos
|
Idem.
|
Terceiro Concilio de Latrão, em 1179
|
O Canon 26 proíbe judeus de deporem contra cristãos
em tribunais.
|
9 de setembro de 1942:
O nazismo faz o mesmo, com a Proposta de Chancelaria
do Reich, impedindo os judeus de executarem ações civis na Justiça.
|
Terceiro Concílio de Latrão, em 1179
|
Judeus são proibidos de receber herança de cristãos.
|
31 de Julho de 1938:
Novamente, o nazismo toma a mesma medida, criando um
decreto que permite ao Ministério da Justiça substituir as vontades que
ofendem o "bom senso das pessoas".
|
Quarto Concílio de Latrão, em 1215
|
Estabelece o uso obrigatório de um símbolo a ser
usado pelos judeus em sua vestimenta como marca de identificação.
|
01 de setembro de 1941:
O nazismo faz o mesmo.
|
Concilio de Oxford, em 1222
|
Proibição de construir novas sinagogas.
|
Idem.
|
Sínodo de Viena, em 1267
|
Proibição a cristãos de assistirem as cerimônias
judias.
Proibição aos judeus de discutir doutrinas da
religião cristã com cristãos do povo.
|
24 de outubro de 1941:
O nazismo faz o mesmo, proibindo aos arianos de
manterem quaisquer relações amistosas com os judeus.
|
Sínodo de Breslau, em 1267
|
Se estabelece o confinamento de judeus em guetos
obrigatórios.
|
21 de setembro de 1939:
Inicia-se a Ordem de Heydrich, definindo o
aprisionamento de judeus em guetos.
|
Sínodo do Ofen, em 1279
|
Proibição aos cristãos de venderem ou alugarem bens
imobiliários a judeus.
|
Idem.
|
Sínodo de Lavour, em 1368
|
Proibição de vender ou transferir aos judeus objetos
pertencentes à Igreja.
|
Proibição de vender ou transferir aos judeus objetos
pertencentes ao estado nazista.
|
Concílio de Basileia, em 1434
|
Proibição aos judeus de agirem como intermediários em
transações comerciais, imobiliárias ou contratos de casamentos.
|
Idem.
|
Concílio de Basileia, em 1434
|
Proibição de dar títulos acadêmicos a judeus.
|
25 de Abril de 1933:
O mesmo faz o nazismo, retirando os judeus de todas
as escolas e universidades.
|
A Igreja Católica não perdia em nada para os nazistas
do século XX, exceto pelo fato de que os nazistas possuíam métodos e tecnologia
moderna para matar judeus em maior escala. O discurso por trás dos
assassinatos, todavia, era o mesmo. A mesma técnica de demonização, o mesmo
bode expiatório de todos os males, o mesmo pretexto do sangue impuro, o mesmo
ódio para uma raça considerada sub-humana ou não-humana.
[1] BETHENCOURT, Francisco. História das
Inquisições: Portugal, Espanha e Itália – Séculos XV-XIX. São Paulo: Companhia
das Letras, 2000, p. 279.
[2] ibid, p. 342.
[3] Apud NAZARIO, Luiz. Autos-de-fé como
espetáculos de massa. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005,
p. 10.
[4] ibid, p. 14.
[5] NAZARIO, Luiz. Autos-de-fé como
espetáculos de massa. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005,
p. 47.
[6][6] MOTT, Luiz. Filhos de Abraão e de
Sodoma: Cristãos-novos homossexuais nos tempos da Inquisição. In: Ensaios sobre
a intolerância: inquisição, marranismo e anti-semitismo (ed. GORENSTEIN, Lina;
CARNEIRO, Maria Luiza Tucci), 2ª ed. São Paulo: Associação Editorial Humanitas,
200, p. 63.
[7] NAZARIO, Luiz. Autos-de-fé como
espetáculos de massa. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005,
p. 60.
[8] BAIGENT, Michael; LEIGH, Richard. A
Inquisição. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2001, p. 96.
[9] NAZARIO, Luiz. Autos-de-fé como
espetáculos de massa. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005,
p. 51.
[10] Apud NAZARIO, Luiz. Autos-de-fé
como espetáculos de massa. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp,
2005, p. 39-40.
[11] ibid, p. 45.
[12] ibid, p. 51.
[13] Apud POLIAKOV, León. História do
anti-semitismo, vol. II. De Maomé aos marranos, p. 203.
[14] MALUCELLI, Laura; FO, Jacopo; TOMAT
Sergio. O livro negro do cristianismo: dois mil anos de crimes em nome de Deus.
Rio de Janeiro: Ediouro, 2007.
[15] NAZARIO, Luiz. Autos-de-fé como
espetáculos de massa. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005,
p. 38.
[16] NOVINSKY, Anita. Um resgate
histórico: os cristãos-novos no Brasil – Trajetória Científica. São Paulo,
1992. Livre-docência – FFLCH-USP, p. 50.
[17] Detalhe: este Concílio é
considerado “infalível” pela Igreja Romana!
[18] Concílio de Florença, 1431-1445.
[19] NAZARIO, Luiz. Autos-de-fé como
espetáculos de massa. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005,
p. 40.
Extraído
do livro “A Lenda Branca da Inquisição” de Lucas Banzoli .
Fonte: Lucas
Banzoli
Divulgação: www.juliosevero.com
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9 comentários :
Pobre povo Judeu, nao bastassem as inumeras injusticas praticadas contra eles desde que o mundo existe, nazistas, muculmanoss, catolicos e toda especie de radicalismo que eles ainda sofrem, voce Julio Severo, nao se sente assim um carrasco tambem contra eles ao postar um texto como este que joga nas costas da Igreja Catolica e de seus representantes muito da responsabilidade pelo seu sofrimento? Isso so faz com que o povo ja estimulado por tantos outros incentivos a violencia tenham um motivo a mais para continuam matando nao so judeus mas tambem os cristaos catolicos que nao somos responsaveis pelo que fizeram nossos antepassados. Rogo-lhe que repense sobre essas publicacoes e tome consciencia do mal que isso provoca. Ja ha violencia demais nesse mundo e nao precisamos de mais incentivo por parte dos formadores de opiniao. Deixe isso para os ignorantes que falam sem conhecimento de causa.
Xi, Política Sem Medo, se informar sobre as atrocidades da instituição católica contra os judeus fomenta mais violência, o que dizer de informar sobre as atrocidades nazistas e comunistas? Também fomenta a violência?
Deixa eu tentar entender, você prefere então não dizer a verdade sobre a igreja católica, vamos deixar o povo pensar que apenas Hitler perseguiu os nossos irmãos judeus? Vamos deixar essa geração YOUTUBE, que não sabe nada de história, acreditar que esse poder (Igreja Católica Apostólica Romana) sempre buscou a paz, e que suas vestes brancas não é então sujas de sangue desde o princípio?
Hj você vê a igreja incentivando os países a abrirem suas fronteiras para o mundo islâmico. Por que? Eles desejam violência, perseguição para os cristãos, pois em breve a maioria da cristandade, imatura, vai apelar para o "salvador" dos cristãos para intervir, abraçando dessa forma o ápice do ECUMENISMO e a criação de uma única religião cristã, e eis que a besta se levanta para seu último ato.
Parabéns pelo seu artigo, continue mostrando a verdadeira face do trono de Satanás.
Verdade seja dita, mas também entendida.
Essas informações não deveriam ser motivo de constrangimento aos católicos.
Elas podem ajudar construir um futuro que não seja mera repetição do passado.
Eu estudei a Inquisição Portuguesa, e foi acima de tudo tudo um aproveitamento dos monarcas para extrair riquezas aos judeus, como D. João III, que procedeu contra a bula papal (de perdão aos novos-cristãos). Mas existem muitos vazios i, e, nõa se percebe muito bem o que aconteceu. Sabe-se que houve muitos erros e mal entendidos, próprias de um tempo em que as informações eram deturpadas e chegavam a Roma com semanas de atraso
Muitos católicos são cristãos verdadeiros, os quais, ao se informarem sobre esses fatos, agirão com mais critério, e entenderão as causas profundas da demonização e desumanização do povo israelense pela imprensa, pelos "intelectuais", pelos partidos esquerdistas e por certos religiosos.
Caia sobre nós e nossos filhos o seu sangue Mt 24,27; seriam as perseguições aos judeus até hoje o resultado disso, o que parece!
Seria bom que todos fizessem mea culpa, já que a perseguição foi iniciada antes da reforma protestante, ou seja, era praticadas pelos cristãos, sem isenção dos ancestrais dos futuros protestantes. Lembrando ainda que a Alemanha é majoritariamente protestante.
Carolina, dizer que só porque não havia protestantismo quando a Igreja Católica começou a perseguir os judeus que isso culpabiliza todos os protestantes, porque você entende que os católicos são ancestrais dos protestantes, é mostrar um conhecimento raso e incompetente. É a mesma coisa que dizer que TODOS OS JUDEUS MATARAM JESUS SÓ PORQUE OS SACERDOTES QUE APROVARAM SUA MORTE ERAM JUDEUS. É a mesma coisa que dizer também que só porque sou brasileiro, sou culpado de todos os crimes que autoridades brasileiras cometem.
O Novo Testamento registra que Jesus, sendo judeu, era do judaísmo, mas não seguia as loucuras dos líderes do judaísmo. Antes do protestantismo, muitos cristãos que estavam no catolicismo também faziam como Jesu, não seguindo as loucuras dos líderes católicos. Por isso, não dá para culpabilizar Jesus pelos crimes dos líderes judeus.
Bom lembrar também que no Oriente Médio havia uma comunidade cristã muito mais antiga que a Igreja Católica e que nunca se uniu à Igreja Católica. A Igreja Ortodoxa também já existia antes do protestantismo.
Portanto, insinuar que só católico era cristão antes do protestantismo é mostrar muita falta de conhecimento. Só a comunidade cristã síria é muito mais antiga que a Igreja Católica. E há outras comunidades igualmente antigas, no Oriente Médio, atual Turquia e Grécia.
Seja como for, como já é tradição desde Jesus, em cada instituição cristã sempre há aqueles que, como os apóstolos de Jesus, não seguem as loucuras da instituição e pregam contra o pecado.
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