Entendendo os protestos anti-governo no Brasil
Julio
Severo
Crise econômica gera protestos. No Brasil, pelo menos,
a motivação dos protestos tem sido, como noticiou a Reuters, “uma economia
lenta, aumento de preços e corrupção.”
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Manifestação contra o governo do PT |
No início da década de 1980, o Brasil tinha uma das
maiores dívidas externas do mundo e a palavra mais comum nos noticiários do
Brasil era FMI (Fundo Monetário Internacional). Os preços estavam disparados. A
inflação era a amiga diária do brasileiro. Tudo isso durante o governo militar,
que não era corrupto.
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Manifestação contra o governo militar |
Para tentar acalmar o imenso descontentamento dos
brasileiros, o governo militar, sob o presidente Figueiredo,
decretou que todos os dias 12 de outubro, a partir do ano de 1982, passariam a
ser feriado nacional em comemoração ao dia de N. S. Aparecida como “Padroeira
do Brasil.”
Esse decreto deixou os evangélicos imensamente descontentes. Em
oposição ao decreto, o evangelista pentecostal Manoel de Mello
convocou os evangélicos para uma manifestação no Estádio Municipal do Pacaembu,
São Paulo, contra a idolatria, em 12 de outubro de 1982. Nessa data, o estádio
ficou superlotado, mesmo debaixo de chuva torrencial, para o culto de
protesto contra a idolatria nacional estabelecida pelos militares.
Os evangélicos estavam descontentes, pois acreditavam
que o Brasil era do Senhor Jesus, mas por causa da crise financeira, os
militares entregaram o Brasil para a Aparecida. Até hoje, o decreto militar
mantém o Brasil entregue à Aparecida, que foi incapaz de proteger o Brasil da
dominação das esquerdas (PT, PSDB, etc.).
Mesmo quando o Brasil era mais católico, nunca havia
se criado antes tal feriado nacional entregando o Brasil à Aparecida. Contudo,
a estratégia dos militares, embora tenha agradado imensamente à CNBB e à Igreja
Católica, em absolutamente nada ajudou o Brasil a sair da crise econômica. A
inflação foi piorando, o salário mínimo não dava para pagar despesas mínimas e
os protestos contra os militares iam aumentando. Foi nesse ambiente de recessão
econômica que as comunidades da Teologia da Libertação, ligadas à Igreja
Católica, criaram e fortaleceram o PT.
É com esse conhecimento histórico que podemos avaliar
melhor o que está acontecendo no Brasil. Com ou sem corrupção no governo, os
brasileiros vão protestar contra uma crise econômica que afete seus bolsos. Os
brasileiros protestavam contra os militares, que não eram corruptos. Os
brasileiros protestam contra Dilma, que é extremamente corrupta. Em ambos os
casos, o motivo do brasileiro é a crise econômica.
No caso dos militares, que eram trabalhadores e
investidores honestos do crescimento do Brasil, fica difícil entender como o
governo deles era tão economicamente recessivo quanto o governo marxista de
Dilma. A melhor explicação que vi até hoje foi dado pelo economista americano
John Perkins, neste artigo: http://bit.ly/1SI63al
Muitos querem hoje que os militares derrubem a
corrupta Dilma do poder. Mas se eles fizerem isso e a crise econômica não
amenizar, o povo vai voltar às ruas e culpá-los pelos problemas econômicos do
Brasil, exatamente como fizeram mais de 30 anos atrás. Infelizmente, para
o povo, a economia é muito mais importante do que direita ou esquerda e até
mesmo do que valores morais.
No caso dos militares, a crise favoreceu os
esquerdistas e comunistas, fornecendo pretextos de sobra para atacar os
militares e pedir, em manifestações em massa, sua saída.
No caso do PT, a crise favorece a direita, fornecendo
pretextos de sobra para atacar o PT e pedir, em manifestações em massa, sua
saída.
No Brasil pelo menos, crise econômica, não valores
morais, provoca há décadas protestos em massa, contra o governo militar e
contra governos esquerdistas.
Versão
em inglês deste artigo: Understanding
Anti-Government Protests in Brazil
Fonte:
www.juliosevero.com
Leitura
recomendada:
15 comentários :
Não sou favorável a qualquer tipo de ditadura. Agora, cá pra nós, será que esta manifestação que ocorreu no governo militar aqui no Brasil, poderia ocorrer em Cuba ou na Coreia do Norte? Imaginem o banho de sangue. O interessante é que muitos dos que falam de violação dos direitos humanos no governo militar (e houve), elogiam as ditaduras sanguinárias daqueles dois países onde direitos humanos não existem. Estes caras pegaram em armas para tentar implantar no Brasil um regime semelhante ao de Cuba, o que foi evitado pelos militares.
Sebastião
Se economia estivesse crescendo não haveria protestos e nem a popularidade da DILMA estaria baixa..Só vou acreditar que brasileiro é conservador quando pararam de votar em PT e PSDB e exigirem um candidato conservador .. Sabe as chances disso acontecer? O0,00000001%
Nunca vi nesses protestos nenhum cartaz ou faixa contra casamento gay..o perfil dos manifestantes tbem não é conservador social..todas as pesquisa demonstram que quanto maior a renda mais liberal social o indivíduo é.. Não odeiam o pt por causa do kit gay, aborto, etc ...problema do brasileiro com PT não é moral é economicista.
Pode aparecer jesus q brasileiro continuará votando nos tucanos e petistas de sempre. Julio desista dos brasileiros. Brasileiro nunca vai dar mais relevância a valores morais q a economia.
"No caso do PT, a crise favorece a direita, fornecendo pretextos de sobra para atacar o PT e pedir, em manifestações em massa, sua saída."
Que direita?
Politicamente falando,não temos direita no Brasil.
É com pesar que eu tenho que concordar com as palavras do anônimo ai de cima.
Julio. A preocupação do Brasileiro é o bolso e não a agenda globalista, marxista, feminista,gayzista e etc.
O Pt e suas variações Psol,Pcdo B e etc... vai continuar dando as cartas porque a revolução gramnscista foi aplicada com estupendo sucesso.
E hoje temos uma geração praticamente possuída pelos ideais marxistas.
Eu já joguei a toalha.
Não é extremo pessimismo, é realismo.
Pq conservador quer q povo pare de votar no PSDB por ser gayzista se ele próprio vota em gayzistas tucanos? Pq quer que outro releve o q ele não releva?
Discordo. As manifestações não são apenas pelo fracasso da economia. Percebi na rua REVOLTA CONTRA O PT e o desejo sincero de que o Brasil não se torne Cuba ou Venezuela. Friso: percebi isso na rua.
De fato não é vi protesto contra o aborto e o casamento fecal.
Pelas minhas andanças pelo face de site de noticias folha, uol, globo, estadão, etc percebo que quando a notícia envolve algum tema economico negativo há milhares de comentários. Noticias por ex. sobre liberalização do porte de drogas há pouquíssimos e na grande maioria favoráveis a liberalização.
Brasileiro é extremamente economicista mesmo.e extremamente indiferente a liberalizaçao dos costumes.
Brasil não pode se tornar cuba
Mas pode se tornar uma europa hedonista
Isso não é pensamento economicista?
CORRIGINDO. Pq conservador quer q povo pare de votar no PT por ser gayzista se ele próprio vota em gayzistas tucanos? Pq quer que outro releve o q ele não releva?
Feliciano se candidatando a prefeitura de sampa.
Vamos apoia-lo !!!
Talvez este comentário que eu vou postar aqui (embora seja repetido) explique melhor por que o povo sempre coloca esquerdistas no poder em quase toda eleição (me corrijam se eu estiver errado):
Diz um ditado popular que "o povo tem o governo que merece". Nunca, aqui no Brasil, isso ficou tão evidente, ou melhor, nunca esse mesmo ditado se confirmou de maneira tão clara como nestes últimos anos.
Basta fazermos uma análise dos governos de Lula (anterior) e de Dilma (atual). Mudam somente os "atores" (os presidentes), mas o "script" (o programa de governo) é rigorosamente o mesmo. Para que não haja mais nenhuma dúvida quanto a isso (principalmente para aqueles que não acreditam que isso seja verdade), vejamos alguns dos pontos que ambos os governos têm em comum:
– Promoção de políticas de apoio aos "direitos humanos" (leia-se privilégio para os homossexuais, os criminosos, os menores delinqüentes, e também a perseguição aos cristãos);
– Discriminalização do aborto, já que o aborto é somente um "caso de saúde pública" (ou seja, o aborto, para o governo, não é um crime contra uma vida inocente e indefesa);
– Censura à liberdade de expressão (e ainda dizem, na maior cara–de–pau, que somos um país democrático!);
– Tolerância às religiões afro–descendentes, sob o argumento de que elas fazem parte da nossa cultura, e, como tal, não podem ser discriminadas (como o diabo dessas mesmas religiões se disfarça em anjo de luz, só falta dizer que todas elas são de Deus);
– Distribuição de "kits educativos" nas escolas, com a alegação de combater a homofobia (uma forma disfarçada de fazer com que as nossas crianças sejam sutilmente induzidas ao homossexualismo, promovido pelo ex–ministro Fernando Haddad e por toda a corja do governo e dos homossexuais);
– Homenagem às "vítimas" do regime militar (ninguém jamais procurou saber o verdadeiro passado de Dilma, Lula, e outros esquerdistas).
Enfim, estas são apenas algumas das muitas semelhanças entre os governos de Lula e o de Dilma (na verdade, o governo de Dilma nada mais é do que a continuação do governo de Lula).
E por que o povo, mesmo sabendo disso tudo, ainda assim vota neles? Por uma razão muito simples: recebendo a "ajuda" (Bolsa–Família) do governo, quem é que não quer ser sempre beneficiado pelo mesmo governo de alguma forma? Tem gente que ainda tem a ousadia de dizer: "Se o governo é bom (já que ajuda o povo com o Bolsa–Família e outros benefícios), por que votar contra o mesmo governo?" Isso lembra aquela máxima do antigo Império Romano: "Dai pão e circo ao povo, que o Império sobrevive".
Não tenho nenhum medo de dizer: a nossa política está tão podre, tão suja, e tão corrompida, que nem mesmo certos políticos da bancada evangélica não são dignos da nossa confiança (e, muito menos, merecedores do nosso voto). Em suma: não dá pra confiar em nenhum político (seja de que partido for).
Se o povo tivesse vergonha na cara (e, principalmente, se este mesmo povo fosse politicamente conscientizado), não colocaria corruptos no poder em troca do Bolsa–Família (ou em troca de qualquer tipo de ajuda ou assistencialismo). Só que o povo, durante as eleições, vota mais com a emoção do que com a razão (isto é, mais com a barriga do que com a cabeça). E isso, infelizmente, já criou um ciclo vicioso muito difícil de ser quebrado.
Portanto, diante de tudo que foi dito aqui, só dá pra chegar a uma única conclusão: enquanto prevalecer este quadro, ou melhor, enquanto o povo, em toda eleição, ainda continuar adotando esta mentalidade clientelista (isto é, de só votar em troca de algum tipo de ajuda ou assistencialismo), o nosso país vai estar sempre sendo governado por corruptos.
Que estas palavras sirvam de alerta para que todos, a partir de agora, sejam mais cuidadosos na hora de votar (e não se deixem enganar pelas promessas mentirosas dos muitos lobos em pele de cordeiro que sempre aparecem em todas as eleições)!
P.S: Se alguém daqui quiser se manifestar, esteja à vontade.
Respondendo a todos que puseram seus comentários aqui,
Já que o PSDB foi citado, eu volto a repetir, mais uma vez, o que eu já disse em alguns artigos anteriores semelhantes a este: QUE NINGUÉM SE ENGANE COM O PSDB! É um partido que diz ser oposição ao PT, mas, quando está no poder, age tal e qual o PT (ou pior)! E nem poderia ser diferente, até porque PT e PSDB são partidos esquerdistas. Em outras palavras: mudam apenas as "embalagens" (as siglas partidárias), mas o "conteúdo" (o programa de governo) é exatamente igual. Só não enxerga e não aceita isso quem não quer!
Talvez as possíveis diferenças entre PT e PSDB sejam na política econômica (o PT quer o Estado controlando tudo, enquanto o PSDB defende o liberalismo econômico e a intervenção mínima do Estado em certas áreas), e também no "modus operandi" de cada um: o PT é a chamada "esquerda radical", que quer passar por cima de tudo e todos para atingir seus objetivos. Como seus próprios militantes fazem questão de dizer com todas as letras, "os fins justificam os meios". Essa postura do PT lembra o que o rei francês Luís XIV disse: "L'État c'est moi" ("O Estado sou eu"). O que o PT deseja é ter o poder absoluto a todo custo (para dominar e controlar tudo e todos). É óbvio que o PT é o carro–chefe desse "radicalismo esquerdista", mas existem outros partidos que têm a mesma natureza do PT (ou até pior): PC do B, PSTU, PCO, PSB, PV, PSOL, enfim, o PT e esses outros partidos "radicais" querem transformar o Brasil num país socialista.
Já o PSDB é uma esquerda mais "light", mais moderada, reconhece o papel das instituições, aceita dialogar, é favorável ao liberalismo econômico, enfim, é uma esquerda com algumas posturas consideradas "direitistas", e, teoricamente (vejam bem: TEORICAMENTE), é uma esquerda mais "fácil" de ser domada (há quem diga que o PSDB é a "direita" da esquerda).
Não quero dizer, com isso, que o PSDB é melhor que o PT. Não é (e nunca foi). Tanto que vimos o desastre que foi o governo de Fernando Henrique Cardoso (na verdade, uma "prévia" do governo de Lula), ou melhor, o PSDB apenas "abriu caminho" para o PT assumir o governo. Embora o PSDB insista em se apresentar ao público como "oposição" ao PT, essa suposta oposição é apenas uma briga por cargos no governo (só isso e nada mais). Na verdade, é a mesmíssima guerra de Satanás contra Belzebu (mudam apenas os "atores", mas o "script" é rigorosamente o mesmo)!
O problema é que, devido à falta de bons partidos (e candidatos) de direita durante as eleições, ficamos sem opção. E aí vamos estar novamente entre a cruz e a espada, ou melhor, somos obrigados, mais uma vez, a escolher entre um mal maior e um mal menor. No caso, o PSDB é o "mal menor" diante do "mal maior" (que é o PT).
Só que tem um detalhe crucial que muitos parecem não entender: combater um mal maior com um mal menor (ou "menos pior") é o mesmo que consertar um erro com outro erro. O mal, independente de ser maior ou menor (ou de qualquer outra designação que inventem), é mal sempre (e precisa ser firmemente combatido). Quem tolera o mal tem parte com o diabo.
E digo mais: um verdadeiro cristão JAMAIS vai apoiar qualquer tipo de mal (seja maior ou menor). O compromisso do cristão é única e exclusivamente com a obediência à Palavra de Deus, que combate o mal de todas as formas. Ainda que um mal menor se apresente de forma aparentemente inocente ou "inofensiva", não poderá jamais ser tolerado (ou aceito) com a desculpa de evitar um mal maior. Falando num tom bem direto: mesmo que um mal menor seja, momentaneamente, a única (ou a última) opção válida (ou disponível) para se evitar um mal maior, ainda assim é um mal. Como se diz no popular, é "trocar seis por meia dúzia" (não vai fazer nenhuma diferença ao final).
P.S: Se alguém daqui quiser se manifestar, esteja à vontade.
Protestos e a ausência do profético. Muitos líderes evangélicos, que antes acompanhavam a CNBB no apoio a Dilma, se voltaram contra a apoiada e seu poderoso chefão, Lula, não porque entenderam o profético de Deus, mas porque quando o barco começou a afundar, todos começaram a cair fora. Quando um barco começa a afundar, ninguém precisa de dom de profecia para ver o óbvio. Até os ratos pulam fora. Por que nenhum desses líderes viu o profético de Deus quando o barco estava bem? Cadê a visão? Cadê a abertura para ouvir do Espírito de Deus, em 2002, que o PT seria ruína para o Brasil? Em 2002, tentei dissuadir grandes líderes evangélicos a não apoiarem Lula. Esforço totalmente inútil. Todos, inclusive Malafaia, apoiando o PT na TV e nas igrejas. Só para recordar: a CNBB, cujos bispos foram vitais na fundação do PT, continua apoiando sua cria. Pelo visto, nem todos os ratos saem do barco que está afundando…
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