Portugal aprova plano de cidadania para judeus sefarditas perseguidos pela Inquisição
Barry
Hatton
LISBOA, Portugal (AP) — Cinco séculos depois de condenar
milhares de judeus à morte na fogueira, forçando-os a se converter para o
catolicismo ou expulsá-los, Portugal está concedendo direitos de cidadania para
seus descendentes como parte de uma tentativa de indenizar,
Na quinta-feira o governo português aprovou uma lei
que oferece cidadania dupla para os descendentes dos judeus sefarditas — o
termo comumente usado para os judeus que viviam na península ibérica.
Como no caso da Espanha, Portugal diz que sua única
razão para conceder cidadania é corrigir um erro histórico.
“Não existe possibilidade de mudar o que foi feito no
passado,” disse Paula Teixeira da Cruz, ministra da Justiça de Portugal. “Eu
diria que é a atribuição de um direito.”
A lei é o passo mais recente dos esforços modernos de
Portugal de corrigir o tratamento cruel que Portugal dava aos judeus, cujos números
eram dezenas de milhares, mas foram reduzidos a apenas cerca de 1.000 hoje.
Em 1988, o então presidente Mario Soares se reuniu com
a comunidade judaica de Portugal e pediu desculpas oficiais pela Inquisição. Em
2000, o líder da Igreja Católica em Portugal pediu desculpas públicas pelo sofrimento
que a Igreja Católico impôs aos judeus, e em 2008 um monumento aos mortos foi
erigido diante da igreja de São Domingos, onde começou o massacre de milhares
de judeus em 1506.
José Ribeiro e Castro, um legislador que teve
participação na elaboração da nova lei, vê a perseguição aos judeus sefarditas
como uma “mancha” na história de Portugal.
“Desejávamos que nunca tivesse ocorrido,” disse
Castro. “Mas considerando que realmente aconteceu, e que dá para se corrigir,
achamos que temos de fazer isso.”
“Vemos isso como um ato de justiça,” disse acerca da
nova lei Michael Rothwell, representante da Comunidade Judaica de Oporto. Ele a
descreveu como “outro importante passo para uma reconciliação com o passado.”
A Inquisição de Portugal, estabelecida em 1536, talvez
tenha sido mais cruel do que a Inquisição da Espanha, perseguindo, torturando e
queimando na fogueira dezenas de milhares de judeus.
Traduzido
por Julio Severo do artigo da Associated Press: Portugal
approves citizenship plan for Sephardic Jews
Fonte:
www.juliosevero.com
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Um comentário :
Eu tento te entender, Senhor Severo. Seu blog recomenda o Prof. Olavo de Carvalho, que advoga abertamente em prol da Inquisição, e o Senhor tem a impudência de postar uma notícia que atesta historicamente as atrocidades da Inquisição. Pare de dar espaço para notórios promotores deste mal, Senhor Severo! Sua religião não trata a incoerência como hipocrisia?
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