Menos Caio Fábio, mais Russell Shedd
Thiago
Cortês
Comentário
de Julio Severo: O jornalista Thiago Cortês habilmente apresenta, em forma de contraste,
a humildade da caminhada cristã de Russell Shedd, que fundou a Edições Vida
Nova, “uma editora para contribuir com a evangelização no Brasil.” Os caminhos
desse homem cristão são, de fato, respeitáveis e honráveis. Mas sua editora aparentemente
não seguiu seus passos, estando hoje com figuras evangélicas que nem de longe seguem
o caminho da humildade. Pelo contrário, há elementos na Edições Vida Nova comprometidos
com a promoção da Teologia
da Missão Integral (TMI). Escândalos vergonhosos, vazados anos atrás pelo
site sensacionalista de Caio Fábio, eclodiram na presidência dessa editora
envolvendo elementos da TMI — elementos ligados também a Caio. A tragédia mais
recente foi um ataque ao Dep. Marco Feliciano vindo de um setor teológico da Edições
Vida Nova. O ataque foi refutado por mim neste link: http://bit.ly/1bpAddR É evidente que o estado
dessa editora hoje em nada depõe contra o caráter de Shedd. Uma nova geração
não seguiu o exemplo do “pai”… É triste ver uma editora fundada para ocupar-se
com evangelização hoje se desencaminhando para ocupações menos nobres, como
guerras sectárias e escândalos de gente da TMI.
Não queria voltar a escrever tão
cedo. Tampouco gostaria de me ocupar de mais uma polêmica que, como manda o
figurino, enfureceu cristãos conservadores e fez a alegria dos liberais. A
rotina das polêmicas no mundo gospel é tão previsível que dá sono.
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Russell Shedd |
Fui despertado do meu sono profundo
pela repercussão da
entrevista de Caio Fábio ao humorista Danilo Gentilli.
Apropriadamente, o herege cinqüentão foi convidado a falar de suas ideias em um
talk-show que privilegia o humor.
Sentiu-se em casa, acredito.
Não pretendo sintetizar os absurdos
proferidos pelo ex-garoto-prodígio do protestantismo brasileiro. Caio Fábio é
um herege. Como todo bom herege, ele é divertido. É um sujeito engraçado, mesmo
quando não tem a intenção de sê-lo.
Provoca risadas espontâneas.
Ele é um misto de vaidade
adolescente, ambição desgovernada e complexo messiânico. Fala sempre em tom
professoral, solene, didático. Mesmo quando ressuscita velhas heresias de
teólogos liberais que há décadas são conhecidos e discutidos nos cursos de
teologia.
As imposturas de Caio Fábio são,
por força da lógica, desimportantes. Só o que salta aos olhos em tudo isso é o
fato de que os evangélicos são facilmente impressionáveis. Nós damos maior
valor aos moleques malcriados do que aos veteranos soldados a serviço do Reino.
Há pessoas que precisam falar muito
para nos convencer de que são o que são. Outras deixam que seus atos falem por
elas. Aliás, não por elas: deixam que Deus fale por seus gestos.
É o caso do Dr. Russell Shedd. O
humilde missionário conquistou minha atenção e respeito quando eu ainda era uma
criança. E mesmo antes de tê-lo conhecido oficialmente.
Quando freqüentava a Primeira
Igreja Batista de Guaianazes, meus pais explicaram que um missionário “muito
importante” iria pregar lá certa noite. Além de dedicar sua vida às missões,
era um sábio que havia fundado uma editora para contribuir com a evangelização
no Brasil.
Não dei a mínima atenção. Até que
meu pai acrescentou: “a gente está preocupado porque ele vem de trem”. Isso
mesmo. O já idoso Dr. Shedd chegaria de trem, balançando-se nas velhas
composições da CPTM. Sem vaidade. Sem fazer propaganda da sua humildade.
Um dos cérebros mais produtivos da
igreja evangélica brasileira, talvez nosso missionário mais ilustre, sempre se
recusou a receber qualquer tipo de privilégio. Nunca permitiu que o fossem
buscar de carro. Dizia que não era nenhuma autoridade.
Sem me dizer nada, apenas com seu
gesto simples, Russell Shedd se tornou para mim uma autoridade moral. Antes
mesmo de ouvi-lo, ele me comunicou a grandeza da sua fé.
E mais: o homem que inspirou a
publicação de uma edição da Bíblia que leva o seu nome jamais apareceu na TV
censurando seus irmãos de fé, tratando-os como retardados.
Russell Shedd nunca se arrogou o
direito de aparecer na mídia secular para maldizer os evangélicos que discordam
dele. O octogenário missionário batista jamais transpareceu prepotência por
causa da sua erudição ou ressentimento pela falta de reconhecimento.
Aliás, duvido que algum dia o velho
Shedd tenha pensado em reconhecimento. Não porque ele é virtuoso, mas porque é
um daqueles crentes teimosos de antigamente. Ele nunca superou a fase do “sou
apenas um humilde seguidor de um pobre carpinteiro judeu”.
Russell Shedd teima em permanecer
neste nível de comprometimento. Teima em não fazer marketing de si mesmo. Teima
em não aderir ao falatório típico do mundo gospel. Teima em comunicar verdades
profundas através dos gestos mais simples.
Certa vez, ele declarou: “O
problema do mundo livre é este: não custa nada ser cristão. Logo, não custa
nada abandonar o cristianismo”. Fingir-se de cristão ideal em determinada
época, falhar e depois se reinventar como herege também não custa nada.
Ao contrário, é um tipo de
marketing que rende muito. É o tipo de impostura que impressiona os
impressionáveis. Que alimenta a vulgar disputa entre os evangélicos que estão
sempre à procura de um novo profeta e os que estão sempre à caça de um novo
herege.
Em tempos de Caio Fábio, lembremos
de Russell Shedd.
Fonte:
GospelPrime
Divulgação:
www.juliosevero.com
Leitura
recomendada:
A maior ameaça à Igreja Evangélica
do Brasil
3 comentários :
Caio Fábio aproveitou-se do esgoto que é o programa do humorista Danilo Gentilli, para falar besteira. Todo aquele que quer falar besteria ainda que pseudo-teológicas, sempre tem um canal ou no caso do programa citado acima, um esgoto. Agora Caio chama a atenção de muitos, mas o que me admira, é a quantidade de cristãos que assistiam o programa do tal Danilo. Esses esgotos, não fazem bem para os crentes, que devem santificar as suas menes. Vamos fazer com o salmista quando disse: sl 101:3-"Não porei coisa má diante dos meus olhos. Odeio a obra daqueles que se desviam; não se me pegará a mim"
Parabéns Julio! Infelizmente poucos cristãos conseguem ter tal discernimento, ficam deslumbrados com a falácia do Caio e esquecem de julgar o espírito do Evangelho de Cristo - esquecem que não existe nada novo nele, é o mesmo veneno de sempre... Macedo, Silas, e todos que estão na mídia. Ficou viciado em falar mal das coisas que ele não aceita - sua teologia está fundada nele mesmo, tudo gravita diante dele e para ele. Julio, tua observação foi muito simples e objetiva - gostei muito, pois não permite eu de cometer os mesmos erros, mas viver a vida simples do Evangelho. Deus te abençoe irmão.
Resumo da entrevista no SBT : Um escarnecedor e um adultero.
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