Putin é o maior estadista de nossa época?
Patrick
J. Buchanan
“Se fossemos usar medidas tradicionais para entender líderes,
o que envolve a defesa de fronteiras e prosperidade nacional, Putin seria considerado
como o maior estadista de nossa época. No cenário mundial, quem conseguiria competir
com ele?”
Assim pergunta Chris Caldwell da revista Weekly
Standard num artigo estupendo na edição de março da revista Imprimis,
publicada pela Faculdade Hillsdale.
O que é que eleva Putin acima de outros líderes do
século XXI?
Caldwell diz:
“Quando Putin assumiu o governo
entre 1999 e 2000, seu país estava indefeso. Estava falido. Estava sendo
dilacerado por suas elites cleptocráticas, em conluio com seus velhos rivais
imperiais, os americanos. Putin mudou isso. Na primeira década deste século,
ele fez o que Kemal Ataturk havia feito na Turquia na década de 1920. De um
império se desmoronando, ele ressuscitou um Estado nacional, e lhe deu
coerência e propósito. Ele disciplinou os plutocratas russos. Ele restaurou a
força militar da Rússia. E ele recusou, com retórica cada vez mais dura,
aceitar um papel subserviente para a Rússia num sistema mundial liderado pelos
EUA conforme os planos de políticos e líderes empresariais estrangeiros. Os
eleitores dele dão a ele o crédito de ter salvo a Rússia.”
O índice de aprovação de Putin, depois de 17 anos no
governo, supera o de qualquer líder ocidental rival. Mas embora seus avanços
impressionantes para engrandecer a Rússia de novo expliquem por que ele é
reverenciado na Rússia e entre russos em outros países, o que explica o apelo
de Putin no Ocidente, apesar de uma imprensa que é tão selvagem contra ele
quanto é contra Trump?
Resposta: Putin se destaca como resistência à visão
progressista ocidental do que deve ser o futuro da humanidade. Anos atrás, ele
se alinhou aos tradicionalistas, nacionalistas e populistas do Ocidente, e
contra o que eles tinham vindo a desprezar em suas próprias civilizações decadentes.
O que eles detestavam, Putin detestava. Ele é um
patriota russo que dá espaço para a religião cristã ortodoxa e para a Rússia. Ele
rejeita a Nova Ordem Mundial estabelecida pelos Estados Unidos no final da
Guerra Fria. Putin coloca a Rússia em primeiro lugar.
E ao desafiar os americanos ele fala por milhões de
europeus que desejam restaurar suas identidades nacionais e recapturar sua
soberania perdida da União Europeia supranacional. Putin também faz resistência
ao relativismo moral progressista de uma elite ocidental que cortou suas raízes
cristãs para abraçar o secularismo e o hedonismo.
A elite americana tem nojo de Putin porque, dizem, ele
é um agressor, um ditador e um “assassino.” Ele invadiu e ocupa a Ucrânia,
dizem. Seus velhos camaradas da KGB assassinam jornalistas, desertores e
dissidentes, dizem.
Contudo, embora a política dos czares e dos comissários
soviéticos tenha sido muitas vezes sangrenta na Rússia, o que foi que Putin fez
que rivalize com o que o General Abdel-Fattah el-Sissi, aliado árabe dos EUA,
fez com a Irmandade Muçulmana que ele derrubou num golpe militar no Egito?
O que Putin fez que rivalize com o que o presidente Erdogan,
aliado dos EUA na OTAN, fez na Turquia, prendendo 40.000 pessoas desde seu golpe
de julho passado — ou Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas aliada dos EUA,
que tem presidido a matança extrajudicial de milhares de traficantes?
Alguém pensa que o presidente chinês Xi Jinping teria
lidado de forma mais delicada contra manifestações em massa contra seu governo na
Praça Tienanmen do que o presidente Putin fez na semana passada em Moscou?
Grande parte da hostilidade contra Putin tem origem no
fato de que ele não só desafia o Ocidente, ao defender os interesses da Rússia,
mas ele muitas vezes alcança sucesso em seus desafios e fica impune, sem se arrepender.
Ele não só permanece popular em seu próprio país, mas
tem admiradores em nações onde as elites políticas são implacavelmente hostis a
ele.
Em dezembro, uma pesquisa de opinião pública revelou
que 37 por cento de todos os republicanos têm uma opinião favorável ao líder
russo, mas só 17 por cento tinha uma opinião favorável ao presidente Barack
Obama.
Há outra razão por que Putin é visto de modo
favorável. Milhões de etnonacionalistas que desejam ver suas nações se
separarem da União Europeia o veem como aliado. Embora Putin tenha abertamente
dado as boas-vindas a muitos desses movimentos, a elite dos EUA não adota nem
mesmo uma postura neutra.
Putin vem interpretando o novo século melhor do que
seus rivais. Embora o século XX visse o mundo dividido entre um Leste comunista
e um Ocidente livre e democrático, lutas novas e diferentes definem o século
XXI.
As novas linhas divisórias são entre o conservadorismo
social e o secularismo hedonista, entre tribalismo e transnacionalismo, entre
nações-estados e a Nova Ordem Mundial.
Sobre as novas linhas divisórias, Putin está do lado
dos revoltosos. Aqueles que imaginam a Europa das Nações, de acordo com a visão
de Charles de Gaulle, substituindo a visão da Europa como uma só nação, que é
para onde a Europa está indo, veem Putin como aliado.
Então vem a velha pergunta: De quem é o futuro?
Nas novas batalhas do novo século, não é impossível
que a Rússia — como os EUA foram na Guerra Fria — fique do lado vencedor.
Partidos separatistas em toda a Europa já olham para a Rússia, em vez dos EUA.
“Putin se tornou um símbolo de soberania nacional em
sua batalha contra o globalismo,” escreve Caldwell. “Isso revela a grande
batalha de nossa época. Como mostra a última eleição americana, isso é ainda
mais verdade nos EUA.”
Pat Buchanan é colunista do
WND e foi assessor do presidente Ronald Reagan. Ele é católico tradicionalista
pró-vida e já foi candidato republicano à presidência dos EUA.
Traduzido por Julio Severo do original
em inglês do WND (WorldNetDaily): Is Putin the ‘pre-eminent statesman’ of
our time?
Fonte:
www.juliosevero.com
Leitura
recomendada:
3 comentários :
Grande Putin!
julio severo porque o olavo e seus seguidores falam que o conservadorismo russo é falso ? segundo eles os russos são a maquina do mal qual sua opnião em relação a isto ?
Corujão: Olavo de Carvalho também disse: “O Protestantismo nasceu do ódio e da sêde de sangue. Sua inspiração cristã é ZERO.”
Clique aqui: Olavo de Carvalho, capitalismo, conservadorismo e protestantismo
Ele também diz que a Inquisição, que torturava e matava judeus e protestantes, é ficção.
Clique aqui: Olavo de Carvalho e a Inquisição
Olavo teve um passado esotérico (ocultista) muito pesado de décadas e, pelas opiniões loucas dele hoje, acredito que os mesmos espíritos malignos que o usavam no passado o estão usando novamente.
Clique neste vídeo: Adubando o Jardim das Aflições : Olavo de Carvalho
Postar um comentário