Síria condena invasão de tropas americanas em seu território
Julio
Severo
O presidente sírio Bashar al-Assad disse que tropas
americanas na Síria são invasoras porque estavam ali, desde Obama, sem
permissão governamental.
Ele também disse que ainda não viu nada concreto do
Presidente Donald Trump com relação à promessa de sua campanha de derrotar o
Estado Islâmico.
Enquanto Trump está falando sobre combater o ISIS, a
Síria está realmente combatendo o ISIS e vários grupos terroristas islâmicos,
inclusive rebeldes apoiados, desde Obama, pelos EUA e Arábia Saudita.
Assad, numa entrevista à estação de TV chinesa Fênix,
disse que está aberto à cooperação com Trump, mas que Trump não tem mostrado a
mesma abertura. A presença militar russa na Síria combatendo o ISIS tem a
permissão e cooperação total do governo sírio.
Assad disse que a promessa de campanha de Trump de
priorizar a derrota do Estado Islâmico havia sido “uma atitude promissora,” mas
acrescentou: “Ainda não vimos nada de concreto com relação a essa retórica.”
Indagado sobre uma mobilização de tropas americanas
perto da cidade nortista síria de Manbij, Assad disse: “Todas as tropas
estrangeiras que chegam à Síria sem nosso convite… são invasoras.”
A coalizão liderada pelos EUA vem atacando o Estado
Islâmico na Síria há vários anos, desde Obama. Os ataques de Obama contra o
ISIS nunca produziram nenhum resultado positivo, principalmente para os
cristãos sírios, que têm sido as vítimas principais desse grupo terrorista
islâmico.
No entanto, por que Trump deveria imitar Obama e suas
intervenções antidemocráticas em territórios estrangeiros?
Se Trump quiser combater o ISIS na Síria, ele precisa
da permissão oficial do governo sírio. Obama e sua
secretária de Estado, a belicista Hillary Clinton, nunca
buscaram tal permissão. Obama simplesmente invadiu e mobilizou suas tropas na
Síria sem nenhuma permissão. Aliás, de
acordo com o próprio Trump, Obama criou o ISIS.
Será
que o governo dos EUA está a serviço do terrorismo islâmico? Afinal, pelas leis
americanas, aquele que ajuda e coopera com um grupo terrorista é cúmplice de
terrorismo. E se o ISIS é responsável pelo genocídio de cristãos na Síria e no
Iraque, Obama tornou o governo dos EUA cúmplice do genocídio desses cristãos?
Por
que Obama não é julgado por tornar o governo dos EUA cúmplice do genocídio de
cristãos?
Então, considerando que Trump já reconheceu que o ISIS
foi criado por Obama, seria apropriado que Trump pedisse perdão, em nome do
governo dos EUA, ao governo e povo sírio pelas ações americanas, sob Obama, que
provocaram destruição na Síria e sacrificaram sua população cristã. Os EUA têm uma
obrigação moral de pedir desculpas à Síria, sem mencionar dar indenizações.
Se Trump quiser ajudar os cristãos sírios perseguidos
pelo ISIS, seu primeiro passo é revogar sua medida barrando viajantes e
imigrantes da Síria, ou pelo menos facilitando para os cristãos sírios. No nome
do governo dos EUA, Trump deveria pedir desculpas a eles pelas ações de Obama
contra eles, especialmente ao criar o ISIS. Os EUA têm uma obrigação moral de
ajudar e abrigar os cristãos sírios, inclusive com indenizações.
Sobre as ações contra o ISIS, Trump deveria fazer o
que Obama nunca fez: pedir permissão do governo sírio. Quer concordemos ou não
com um governo, isso não é desculpa para invadirmos esse país, principalmente
se ações malignas de nosso governo provocaram devastação na nação que
pretendemos invadir.
Tenho apoiado
totalmente as ações de Trump para proteger as fronteiras dos EUA de invasores.
Ele tem o direito de proteger sua nação e as pessoas que desejam entrar nos EUA
precisam da permissão apropriada. No entanto, se Trump não quer invasores em
sua nação, ele não deveria invadir nenhuma nação.
A maioria dos terroristas que cometeram o atentado
terrorista de 11 de setembro de 2001 contra os EUA era saudita. Mesmo assim, os
EUA nunca invadiram a Arábia Saudita. Pelo contrário, no mês passado, o governo
de Trump enviou seu diretor da CIA para recompensar a Arábia Saudita por
combater o terrorismo islâmico.
Então, para a Arábia Saudita, que ajudou o governo
americano sob Obama a criar o ISIS, o governo de Trump concede um prêmio
insano, e para a Síria, que foi vítima do ISIS, o governo de Trump concede
proibições e invasões militares? De longe, isso não é justo! Isso é loucura.
Isso é injustiça pura.
Se Trump quiser invadir a Arábia Saudita, com ou sem
permissão, entendo. Se Trump quiser barrar viajantes e imigrantes sauditas,
entendo. Mas não entendo suas ações contra a Síria. Essas ações são semelhantes
às ações de Obama.
A Síria, principalmente seus cristãos, está esperando
um pedido oficial de desculpas do governo americano por suas invasões
militares, desde Obama, em seu território e pela criação do ISIS.
Recentemente, Trump convidou
Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, para visitar a Casa Branca.
O presidente conservador americano Ronald Reagan nunca teria feito isso. Aliás,
Reagan nunca convidou o líder dos palestinos para nada e ameaçou
boicotar sua presença até mesmo na ONU. Se Trump pode convidar um líder
palestino islâmico que luta contra Israel, por que ele não pode convidar Assad
para oferecer desculpas e indenizações e, principalmente, oferecer assistência para
sua luta contra o ISIS?
Se
Obama deu assistência militar para o ISIS e para os rebeldes islâmicos que combatem
Assad e a população cristã síria, por que Trump não pode oferecer assistência militar
para Assad e para a população cristã síria? Isso não é justo o suficiente?
A Síria, principalmente seus cristãos, tem sido vítima
de um intervencionismo americano maligno. A Síria, principalmente seus
cristãos, merece um pedido de desculpas, não medidas barrando seus cidadãos.
A Síria, principalmente seus cristãos, merece
assistência militar americana contra o ISIS e os rebeldes islâmicos que
receberam assistência militar de Obama.
Ainda que a Síria tenha uma das comunidades cristãs
mais antigas do mundo, minha conexão espiritual, como evangélico, é com os
evangélicos dos Estados Unidos, e aprecio
que Trump esteja sendo aconselhado por bons líderes evangélicos e
neopentecostais.
Espero e oro para que esses bons conselheiros
incentivem Trump a pedir desculpas aos cristãos sírios e imponha uma medida
barrando cidadãos sauditas, em vez de cristãos sírios.
Não sou conselheiro de Trump, mas se tivesse a
oportunidade de oferecer um conselho, como evangélico conservador, estas são
minhas palavras.
Com informações do DailyMail.
Versão
em inglês deste artigo: Syria Condemns Invasion of U.S. Troops in Its Territory
Fonte:
www.juliosevero.com
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Um comentário :
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