O que todo conservador precisa saber sobre Donald Trump
John
Stemberger
Comentário de Julio Severo: Quero
deixar claro que as posturas de Trump sobre o islamismo são as posturas que todo
conservador genuíno durante toda a história americana não hesitaria em ter. Ele
tem também feito promessas incríveis de ajudar os cristãos perseguidos. Mas como
é que ele conseguirá cumprir suas promessas? Como é que um homem que sempre
apoiou financeiramente a esquerda americana de repente virou o candidato aparentemente
favorito dos direitistas dos EUA? Meu amigo Dr. Michael Brown diz: Você sabia
que na eleição geral de 2012, Donald Trump tuitou: “Sempre voto nos ganhadores.
Congratulações ao meu amigo @BarackObama”? Leia mais aqui neste artigo
revelador de John Stemberger:
Primeira,
em contraste com os típicos políticos excessivamente tímidos, ele fala sem
rodeios, direto ao ponto e sem fazer concessões. Ele também fala sobre questões
difíceis como imigração e islamismo radical de um modo inflexível enquanto
outros candidatos dão respostas nebulosas.
Depois
de sentirem que muitos políticos (dos dois grandes partidos dos EUA) mentiram
para os americanos por tantos anos, eis um homem que parece que será implacável
e fará escolhas difíceis.
Além
disso, muitos conservadores e eleitores do ultraconservador Tea Party se sentem
de modo especial atraídos para com Trump porque ele está disposto a confrontar
a elite do Partido Republicano, que há anos vem convencendo os conservadores a
votar só em candidatos republicanos, mas logo que são eleitos abandonam os
valores conservadores defendidos pelo seu próprio partido.
Por
último, Trump é talvez o candidato presidencial mais divertido da história da
política americana.
Trump
se encaixa perfeitamente num mundo que está acostumado a receber suas notícias
por meio de jornalistas que mais parecem comediantes como Jon Stewart, Stephen
Colbert, Bill Maher e Rush Limbaugh. Sem retoques e simplesmente fascinante de
assistir, Donald Trump é verdadeiramente o máximo de um candidato da Reality
TV; sua apelação geral é um fenômeno como nada que os americanos viram antes na
história americana.
Apesar
desses fatores, há coisas sobre a vida, histórico e opiniões de Trump que
deveriam nos fazer parar para pensar ou até nos deixar muito preocupados? Em
minha opinião, os eleitores conservadores que estão considerando apoiar Trump
deveriam fazer para si três perguntas.
Por
favor, considere-as:
1. Qual é o histórico político e de
votação de Donald Trump?
Em
2008, milhões de americanos que votaram em Barack Obama cometeram um grande
erro.
Os
eleitores avaliaram Obama superficialmente com base no fator de que ele era
bacana, em seu carisma, em seu tom apartidário, capacidade dinâmica de falar, sua
esposa energética Michele e o romance por trás da ideia de fazer história
elegendo o primeiro presidente afro-americano.
Os que
apoiaram Obama não sabiam realmente quem era ele ou o que ele defendia. Eles
não sabiam sobre seu histórico e relacionamentos com outros filósofos radicais,
sobre seu pastor racista antiamericano e as forças que influenciaram quem Obama
realmente era.
Os
Estados Unidos elegeram um ativista socialista que foi senador durante alguns
anos; os meios de comunicação nada fizeram para ajudar os eleitores a
compreender como a opinião desse homem sobre o mundo era realmente radical e
extremista.
Em
resumo, os eleitores não fizeram um exame do histórico de Obama.
Muitos
eleitores que gostam de Donald Trump também não têm ideia dos fatos com relação
ao seu histórico, sua vida, seus valores e suas posturas registradas sobre
algumas questões realmente importantes.
Pelo
fato de que Trump não tem um histórico de votação como uma autoridade eleita,
só temos fatos históricos gerais e o registro de suas próprias declarações
públicas para considerar.
Filiação partidária:
Trump
se filiou ao Partido Democrata [socialista e, em questões de vida e família,
igual ao PT no Brasil] em 2001, e permaneceu nesse partido por oito anos.
[Depois, ele se filiou ao Partido Republicano.] Contudo, ele tirou férias desse
partido em 2011, embora voltasse a ser republicano em 2012.
Em
resumo, Trump trocou de partido várias vezes e já foi filiado ao Partido
Republicano, ao Partido da Independência, ao Partido Democrata, foi candidato
do Partido da Reforma e agora está de volta no Partido Republicano.
Apoio aos democratas [semelhantes aos petistas]:
De
1989 a 2011, Trump doou 581.350 dólares para 23 candidatos democratas
diferentes em disputas estaduais e federais, inclusive Ted Kennedy e Harry
Reid. Em 2010, Trump doou 50.000 para Rahm Emanuel, prefeito de Chicago que é
um assessor chegado do presidente Obama.
As
doações de Trump para candidatos do Partido Republicano incluem muitos
republicanos esquerdistas tais como Charlie Crist, governador da Flórida, e o
senador Arlen Spector.
Em
2004, quando perguntado por Wolf Blitzer da CNN “Você se identifica mais como
democrata ou republicano?” Trump respondeu: “… em muitos casos eu provavelmente
me identifico mais como democrata.”
Ele
então explicou: “Tenho muitos anos de vida, e parece que a economia tem
desempenho melhor sob democratas do que sob republicanos.”
Trump
foi também um crítico muito aberto do presidente George W. Bush — chegando a
exortar a democrata Nancy Pelosi a iniciar o impeachment dele. Trump chamava
George W. Bush de “maligno” e “o pior presidente da história dos Estados
Unidos,” chegando ao ponto de dizer que o que Bush fez foi pior do que o que
Bill Clinton fez para provocar impeachment.
Trump votou em Obama
Finalmente,
talvez o fato mais surpreendente sobre Donald Trump que a maioria das pessoas
não sabe é que ele declarou, com orgulho e de forma pública, que ele votou em
Barack Obama.
Depois
de não acompanhar as eleições primárias de 2012, Trump tuitou depois da eleição
geral: “Sempre voto nos ganhadores. Congratulações ao meu amigo @BarackObama.”
Em 19 de setembro de 2015, um blogueiro conservador deu a notícia inédita de
que Trump deletou o tuíte sobre votar em Barack Obama, mas que ele havia feito
um print screen do tuíte.
2. As posturas esquerdistas de
Donald Trump em questões políticas nos dizem como ele governaria como
presidente?
Conversando
com dezenas de meus amigos no Tea Party e círculos cristãos, vi que eles gostam
de Trump porque ele tem disposição, retoricamente, de “confrontar a elite” do
Partido Republicano.
Mas
isso eleva a forma acima da substância? Será que podemos presumir que falar
duro se transformará num compromisso com uma política pública conservadora?
Você sabe qual tem sido a postura de Trump durante anos em questões como
aborto, impostos, casamento de mesmo sexo e o sistema público de saúde socialista
de Obama antes que ele tivesse decidido concorrer para presidente?
Aborto:
Durante
uma entrevista televisiva nacional em 1999, Trump declarou: “Olha, sou muito a
favor de se escolher o aborto. Odeio o conceito do aborto. Odeio. Odeio tudo o
que ele representa. Sinto repugnância quando escuto pessoas debaterem esse
assunto. Mas, mesmo assim, acredito que as pessoas têm o direito de escolher o
aborto.”
De
novo em 1999, Trump declarou para a Associated Press: “Acredito que [o aborto]
é uma decisão pessoal que deveria ser deixada para as mulheres e seus médicos.”
Em seu
livro de 2000 “The America We Deserve” (A América que Merecemos), Trump
declarou: “Apoio o direito da mulher escolher, mas não me sinto à vontade com
os procedimentos.” (The America We Deserve, págs. 31-32)
Em
2011, Trump diz que ele mudou de ideia sobre essa questão, mas mesmo hoje ele
apoia o aborto no caso de estupro, incesto e a vida da mãe e ele disse que apoia
os “aspectos bons” de se financiar a Federação de Planejamento Familiar [a
maior rede de clínicas de aborto dos EUA].
Impostos:
Trump
não é um conservador econômico e há muitos anos ele apoia o aumento de impostos
e se opõe a um imposto único. Ele crê que os impostos deveriam aumentar com a
renda e se opõe ao livre comércio mais do que qualquer outro candidato em ambos
os partidos, exceto talvez Bernie Sanders. Por um lado, Trump pede impostos
mais baixos, mas por outro, ele propôs o maior aumento de impostos da história.
Sistema público de saúde de Obama:
Sem
nenhum constrangimento, Trump se declara “esquerdista” na questão de saúde pública.
No livro
“A América que Merecemos,” Trump escreve: “Sou conservador na maioria das
questões, mas esquerdista na questão de saúde… Precisamos de um sistema de
saúde para todos.”
Embora
ele tenha declarado continuamente em sua campanha que os americanos precisam se
livrar do sistema público de saúde de Obama, ele também apoia um sistema de
saúde controlado pelo Estado. No lugar do sistema público de saúde de Obama ele
promete “algo excelente.” Contudo, Trump não explicou como seu plano de saúde
pública seria diferente do sistema de Obama.
Propriedade privada:
Sobre
os direitos de propriedade, Trump é também esquerdista e apoia o mau uso de
leis de confisco de propriedades. Ele foi bem claro em seu apoio à decisão Kelo
versus New London do Supremo Tribunal dos EUA em 2005 dizendo: “Por acaso
concordo com essa decisão 100 por cento.”
Em Kelo,
o Supremo Tribunal decidiu que a propriedade privada pode ser confiscada pelo
governo e redistribuída para outro proprietário privado enquanto fosse
considerada no melhor interesse do público conforme decisão do governo.
Direitos gays:
Trump
também favorece novos direitos gays e leis de “casamento” homossexual “que
garantem às duplas de mesmo sexo direitos legais iguais como os casais heterossexuais
casados.” Trump se opunha à lei das forças armadas que proibia militares
abertamente homossexuais.
Jogatina e cassino:
Donald
Trump constrói e possui cassinos. Em 2013 o cassino Taj Mahal de Trump em Nova
Jérsei foi o primeiro dos EUA a incluir um clube de strip-tease, completo com dança
erótica do colo e um “espetáculo de homens” para mulheres.
Quatro
dos cassinos de Trump faliram.
O
histórico de declarações de Trump sobre questões de políticas específicas não
dá indicação nenhuma de que ele é um conservador coerente. Pelo contrário, ele
tem adotado muito mais posições esquerdistas do que posições conservadoras
durante os anos.
3. Donald Trump tem o tipo de
caráter e integridade que dá para confiar?
Como
vimos no escândalo e vergonha internacional do presidente Bill Clinton e Monica
Lewinski, integridade e caráter são importantes.
A
essência do caráter é poder confiar em alguém. Um homem de caráter é um homem
de palavra. Caráter significa que o homem não fica mudando constantemente, e as
ações e palavras dele são as mesmas.
Com
base em seu próprio histórico, há uma questão séria quanto a se ou não podemos
confiar em Donald Trump.
Concorrendo como independente:
No
primeiro debate do Partido Republicano Trump foi rápido e claro que ele não
excluiria um terceiro partido ou partido independente para concorrer para
presidente e também não teria compromisso com um indicado republicano.
Logo
depois, ele mudou de ideia e publicamente prometeu por escrito que só
concorreria como republicano. Então em novembro de 2015 Trump ameaçou mudar de
ideia de novo e quebrar sua promessa concorrendo à presidência como
independente se a elite republicana se opusesse a ele.
Se
Trump concorrer como candidato de terceiro partido, ele instantaneamente neutralizaria
um indicado republicano; isso com certeza entregaria a eleição para Hillary
Clinton por omissão e levanta questões reais sobre seu motivo para concorrer.
Como
assunto prático as pesquisas de opinião pública são claras: de todos os
candidatos republicanos a candidatura de Trump dá a maior chance possível de
perder a presidência para Hillary Clinton.
Os insultos
deploráveis de Trump, suas falas e ideias de duplo sentido certamente o
destruiriam numa eleição geral. Mas o que aconteceria se ele ganhasse a eleição
geral e se tornasse o próximo presidente? O que aconteceria quando a função
presidencial não mais fosse algo divertido? Ele se demitiria? Ele tem o caráter
de trabalhar na presidência até as últimas consequências?
Comentários sobre as Mulheres:
Finalmente,
e talvez o mais preocupante, Trump tem um longo histórico de comentários vis e
desprezíveis sobre as mulheres que são moralmente condenáveis e comprovarão ser
politicamente devastadores se chegarem a ser usados contra ele numa eleição
geral por oponentes.
Numa
entrevista de 1991 no jornal Esquire ele disse: “Sabe, não importa realmente o
que a mídia escreve enquanto temos uma **** jovem e bela.”
Numa
entrevista de 1992 na Revista New Yorker ele disse: “Temos de tratar as
mulheres como [palavrão]” (Revista New York, 9 de novembro de 1992)
Em 2005
em seu livro “Trump Nation: The Art of being Donald” (Nação de Trump: A Arte de
Ser Donald), ele disse: “Minha parte favorita [do filme ‘Pulp Fiction: Tempo de
Violência’] é quando Sam mostra sua arma no jantar e diz ao cara que mande sua
namorada fechar a boca. Diga a essa p**a que fique calma. Diga: ‘P**a, fique
calma.’ Adora esses termos.”
Em 2006
no programa “Entertainment Tonight” ele disse: “Se eu fosse dono do programa
The View, eu demitiria Rosie. Quero dizer: Eu a olharia bem naquela face gorda
e feia dela e diria: ‘Rosie, você está demitida.’ Todos nós somos um pouco
gordos, mas Rosie é pior do que a maioria de nós.”
Em 2012
ele chamou Bette Midler de “grotesca” no Twitter.
Em 2013
num programa de “Celebrity Apprentice” Trump fez uma insinuação direta de sexo
oral na rede de televisão ao dizer para Brande Roderick, coelhinha da Playboy: “Deve
ser um quadro lindo. Você se abaixando até meus joelhos.”
Em 2015
no Twitter ele chamou Arianna Huffington de “cadela.”
Em 2015
num artigo da revista Rolling Stone, falando sobre Carly Fiorina ele disse: “Olhe
para a cara dela! Alguém votaria naquilo?”
Com
base no histórico dele, dá para votar nele?
Donald
Trump claramente atingiu um ponto nevrálgico nos conservadores que estão
frustrados com o governo dos EUA. Mas as políticas e valores de Trump não são
diferentes — e talvez sejam piores — do que a maioria dos políticos americanos.
Ele é
coerentemente incoerente e muda de posições regularmente, se contradiz muitas
vezes e surfa em cima das questões mais populares.
Hoje
ele trata Hillary Clinton como lixo, mas ele a louvou como uma trabalhadora
excelente nas duas últimas eleições, e esperava que ela conseguiria a indicação
presidencial do Partido Democrático em 2008.
Hoje,
ele critica o presidente Barack Obama, mas em 2009, quando Obama estava
salvando, com dinheiro de imposto, empresas falidas, Trump avaliou Obama da
seguinte forma:
“Eu
contrataria Obama. Ele lidou muito bem com a tremenda bagunça na qual ele
interveio. Ele tem ainda uma tarefa hercúlea a frente dele, mas parece ser
páreo para o desafio… acima de tudo, acredito que ele fez um trabalho muito
bom.”
Ele
deu grande apoio para candidatos do Partido Democrático. Ele votou em Barack
Obama. Ele é esquerdista em importantes questões políticas. Ele ainda considera
um terceiro partido para concorrer. Ele despreza e humilha as mulheres.
É
realmente esse tipo de homem que os americanos querem que lidere e represente
os Estados Unidos?
Traduzido
por Julio Severo do original em inglês do site conservador NewsMax: Stemberger:
3 Questions Every Voter Should Ask Before Supporting Trump
Fonte:
www.juliosevero.com
Leitura
recomendada:
11 comentários :
enquanto isso verdadeiros cristãos como Ben Carson (que nem deveriam estar concorrendo no jogo sujo da política) é atacado de todas as formas...os esquerdistas reviraram todo o histórico dele e nada acharam...
De fato, com esse histórico não seria um bom candidato. Tomara que o Ted Cruz consiga passar à frente.
Se Trump repudiou suas duas primeiras esposas e nao foi por causa de traiçao, ele nao tem moral para entitular-se "conservador" e, nem mesmo, "cristao"!
"Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adulterio" (Mt 19:9).
Artigo primoroso. Sucinto, bem redigido e extremamente revelador. A única coisa que lamento é que só tenha chegado agora, momento em que já deixaram o candidato republicano crescer ao ponto de termos praticamente como certa uma eleição entre ele e H.Clinton; o que nos leva a um cenário no qual informações como estas somente favorecem à bruxa democrata.
Ted Cruz como Presidente ou eu como Rei dos EUA. Ou o fim daquele país.
Resumindo: Trump não é nada mais que um populista que se promove a base do descontentamento dos norte-americanos contra o atual estado das coisas e muda sua imagem de acordo com sua audiência.
homem-show, como os demais...
Mas existe a possibilidade do Sr. Trump ganhar as eleiçoes e cumprir o que tem prometido. Se isso ocorrer, seria uma reviravolta no cenario geopolitico mundial, o que, salvo erro, poderia trazer grandes beneficios para todo o mundo ocidental, incluindo o Brasil.
Particularmente, espero que ele (ou qualquer outro candidato conservador) vença os democratas e cumpra tudo que tem prometido, olhando com bons olhos para a America Latina e agindo de forma a aumentar a influencia norte-americana em nosso continente.
Qualquer coisa é melhor para o ocidente do que o desgoverno do muçulmano Obama!!!
Pelo jeito o Trump, como um homem dos negócios, percebeu um novo nicho ou o livro da Ann Coulter fez ele mudar de idéia.
O artigo não tocou no mais importante; será que as empresas do trump tinha alguma relação com os saudistas; que são uns do maiores inimigos do evangelho.
E relações internacionais? será que com ele os EUA vão continuar dando apoio à monarquia saudita? que almeja espalhar o fundamentalismo islâmico no mundo.
Esse Donald Trump é um safado! Ele quis (ou quer) processar Sheena Monnin (uma candidata ao concurso de Miss Universo) simplesmente porque ela não aceitou que transexuais participassem do mesmo concurso. É como o Júlio Severo já citou num artigo aqui (eis aqui o link):
http://juliosevero.blogspot.com.br/2012/06/miss-pensilvania-renuncia-ao-concurso.html
E aí, alguém ainda vai dar o voto para um pervertido desses?
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