Argumento Econômico em favor de Direitos LGBT Difícil de Convencer
Dra.
Rebecca Oas
NOVA IORQUE, EUA, dezembro (C-Fam) “Qual é o segredo
para convencer o mundo a apoiar um movimento?” refletiu M.V. Lee Badgett num artigo
do jornal Atlantic no ano passado. “Imagine como isso poderia impactar o
resultado final mundial.” De acordo com a professora de economia da
Universidade de Massachusetts, os países que criminalizam a conduta homossexual
ou não conseguem reconhecer uniões homossexuais sofrem financeiramente devido à
perda de produtividade.
Embora o Escritório do Alto Comissário de Direitos
Humanos (EACDH) da ONU apoie de modo estridente direitos lésbicos, gays,
bissexuais e transgêneros (LGBT), os países membros da Assembleia Geral da ONU
continuam a rejeitar essa noção polêmica. Na sexta-feira passada, uma coalizão
chamada de Grupo Principal LGBT realizou um evento na ONU para destacar os
custos econômicos da exclusão LGBT. Para um evento realizado no Dia dos
Direitos Humanos, a mensagem foi muito mais pragmática do que aspiracional.
O evento, e o vídeo
ativista criado para ele, focou na pesquisa da professora Badgett e seus
colegas que afirmam quantificar o “preço econômico da exclusão” dos indivíduos
LGBT. Um estudo
de 2014 financiado pelo Instituto Williams e pela USAID reconheceu as
dificuldades imensas em quantificar esse efeito: “há poucos indicadores
internacionais comparáveis dos aspectos até mais básicos da real vida LGBT,”
inclusive seu tamanho populacional.
Medir qualquer coisa com relação às populações LGBT
tem há muito tempo comprovado ser difícil, se não impossível, de alcançar. O
que é considerado “padrão ouro” em estudo de ciência social da sexualidade
humana, conduzido pelo Dr. Edward Laumann e seus colegas na Universidade de
Chicago em 1994, declara que estimar uma simples estatística de prevalência
homossexual é um “exercício fútil” porque exigiria que a homossexualidade seja
um “atributo uniforme em todos os indivíduos, que seja estável com o tempo e
que possa ser facilmente medida” — afirmações que os autores chamam de
“patentemente falsas.”
Numa apresentação de 2014 para o Banco Mundial focando
exclusivamente na Índia, Badgett propôs
que os custos anuais da discriminação contra LGBT poderiam alcançar de 31 a 32
bilhões de dólares. Em seu relatório
publicado, ela não quis incluir essa estimativa. “A magnitude das perdas
potenciais descritas neste relatório terá relação direta com o tamanho da
população LGBT,” ela escreveu, notando em outra parte que as fontes existentes
de dados para várias informações de modelos, inclusive a prevalência de ser
LBT, estavam ausentes.
Apesar disso, sua estimativa do Banco Mundial, a qual
foi rotulada de “preliminar” e não para citação, foi repetida sem advertência
no novo vídeo do EACDH.
Para reforçar a argumentação macroeconômica e evitar a
dificuldade de quantificar a população LGBT, no estudo financiado pela USAID
Badgett e seus colegas compararam 39 países, 29 dos quais são considerados como
economias “emergentes” e deu-lhes pontos conforme suas leis relativas às
questões LGBT. Eles revelaram “uma correlação positiva clara entre PIB per
capita e direitos legais para indivíduos [LGBT] nos países,” mas não
conseguiram estabelecer uma ligação de causa entre eles.
No lado microeconômico, Badgett e colegas observaram
que ser encarcerado, tais como por violar leis antissodomia, remove as pessoas
do mercado de trabalho. Eles discutiram como problemas de saúde afetam
indivíduos LGBT em índices mais elevados, inclusive índices mais elevados de
depressão, suicídio, HIV/AIDS e uso de drogas, atribuindo-os a “estresse de
minoria,” visados especificamente pelas empresas de álcool e cigarro e falta de
intervenções especializadas dos sistemas de saúde.
Nenhum desses estudos examinou a possibilidade de que
as leis e normas comunitárias em torno da moralidade sexual poderiam ter um
impacto econômico positivo. Mas um volume crescente de pesquisa de ciência
social, tais como as informações abrigadas nos bancos de dados recentemente
lançados da MARRIpedia,
revelam os efeitos protetores das normas tradicionais sobre sexualidade e
estrutura e estabilidade de família.
Tradução:
Julio Severo
Fonte:
Friday
Fax
Divulgação:
www.juliosevero.com
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