O papa e
o Vaticano precisam ser confrontados acerca de posturas católicas tradicionais
contra Israel
Em vez de
rejeitarem Israel como faz o Vaticano, os líderes evangélicos deveriam fazer o
que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu fez
Julio
Severo
Joseph Farah, diretor do WorldNetDaily, com acerto
apontou para a tragédia mais recente do Vaticano contra Israel dizendo que é “uma
ação hostil unilateral contra Israel.” Ele disse:
O Papa Francisco anunciou que um
acordo fora alcançado com a liderança selvagem da Organização para a Liberação
da Palestina reconhecendo “Palestina.”
É um ato bárbaro de surdez política
e histórica por parte do papa que coloca o Estado judeu sitiado, o único
refúgio confiável para os cristãos esquecidos, abandonados e em número inferior
no Oriente Médio, mais no fundo do retículo dos intrometidos internacionais.
O acordo do Vaticano foi
intermediado com Mahmoud Abbas, o organizador do ataque terrorista aos atletas
israelenses nos Jogos Olímpicos de Munique, um homem que escreveu sua tese de
doutorado negando o Holocausto — e ainda nega o número de mortos judeus até
hoje.
A declaração do Vaticano pede que o
novo Estado palestino tenha sua capital em Jerusalém — a capital de Israel
desde o tempo do rei Davi. Pede que o Estado palestino, administrado pelas
mesmas pessoas que têm aprovado a destruição dos locais religiosos e históricos
judaicos em seus próprios territórios, obtenha a responsabilidade dos locais
santos de Jerusalém e outras partes.
Mas o que o Vaticano fez aí foi
declarar seu apoio unilateral e incondicional à Organização para a Libertação
da Palestina fundada por Yasser Arafat.
Não existe outro jeito de
interpretar isso, exceto como uma ação hostil unilateral contra Israel.
Entretanto, essa não é a primeira hostilidade católica
contra Israel. A escritora
judia Janet Levy informa vários casos antijudeus do Vaticano na sua resenha do livro
“The Vatican Against Israel: J’Accuse” (O Vaticano contra Israel: Eu Acuso),
escrito pelo escritor católico Giulio Meotti, que explora o fundamento
teológico de 1.700 anos de inimizade católica em relação aos judeus que levaram
a múltiplas ações de perseguição e atrocidades através dos séculos e como ele
continua a ocorrer na política da Igreja Católica para com o Estado judeu de
hoje.
O Sr. Meotti explica como a Igreja Católica continua a
minar os judeus através de sua política, declarações e relação de desprezo com
o Estado de Israel. Desde a fundação de Israel em 1948, o Vaticano tem sempre
trabalhado contra os melhores interesses do Estado judeu e ajudou e incentivou
seus inimigos.
Essa extensa inimizade histórica da Igreja Católica
para com os judeus e as atrocidades que a acompanharam, levou a uma aliança
chocante com o islamismo hoje e, mais surpreendentemente ainda, tem impedido a
Igreja Católica de ajudar os católicos perseguidos em todo o mundo muçulmano. Ao
repudiar suas raízes judaicas e forjar uma aliança estratégica entre muçulmanos
e católicos, a Igreja Católica iniciou um caminho precário para o futuro da
Cristandade.
Em “O Vaticano contra Israel”, o autor examina como a
Igreja Católica continuou a ser uma parceira disposta e ansiosa na destruição
do povo judeu na era moderna.
A Igreja Católica ajudou a promulgar o embuste
antissemita de um plano judeu para a dominação global, conforme estabelecido
nos Protocolos dos Sábios de Sião, obra em grande parte usada pelos nazistas
para justificar seus crimes contra os judeus. A primeira tradução dessa calúnia
sanguinária foi traduzida por católicos árabes e publicada por um jornal da
comunidade católica em Jerusalém, em 1926.
Quando Adolf Hitler chegou ao poder na Alemanha, o
Vaticano foi o primeiro Estado a reconhecer formalmente a legitimidade do
Terceiro Reich e manteve relações diplomáticas com o governo nazista até o
final da guerra.
O Papa João Paulo II concedeu várias audiências a
Yasser Arafat, o pai do terrorismo moderno e o chefe da Organização de
Libertação da Palestina (OLP), que tinha ordenado e executado ataques contra
civis judeus e estava buscando publicidade e legitimidade no cenário mundial.
Enquanto proclamavam abertamente ódio aos judeus e planos de aniquilar Israel,
Arafat e seus capangas ganhavam respeitabilidade da Igreja Católica.
Em 1974, o Vaticano reconheceu formalmente a Organização
de Libertação da Palestina. Só em 1993, quase 20 anos depois, a Igreja Católica
reconheceu o Estado de Israel.
Quando o presidente da OLP, Yasser Arafat, morreu em
2004, o Papa elogiou o terrorista como um grande líder neste “momento de
profundo pesar” e falou com carinho de sua proximidade com a família Arafat.
Ainda hoje, muitos dos mapas do Vaticano de
peregrinação dos católicos e passeios turísticos deixam de mencionar Israel.
Para piorar as coisas, os líderes evangélicos mostram
que merecem quando a mídia esquerdista os agrupa na mesma categoria da antiga
hostilidade católica contra Israel, chegando ao ponto de sugerir que a
Inquisição anti-judaica não era distintivamente católica, mas “cristã,” como se
todos os cristãos estivessem igualmente envolvidos em torturas e matanças de
judeus.
Ainda que os líderes evangélicos do início dos Estados
Unidos abraçassem os judeus e condenassem o Vaticano, os tempos mudaram. Hoje.
As grandes denominações protestantes dos EUA abraçam o Vaticano e condenam
Israel.
Os evangélicos dos EUA estão cada vez mais perdendo
sua voz profética sobre Israel e contra os inimigos dos judeus, principalmente
os muçulmanos. Por isso, não é de admirar que quando eles se encontram com o
papa, eles não conseguem expressar sua condenação acerca da hostilidade
católica histórica e atual contra Israel. Eles também não conseguem condenar as
alianças do Vaticano com o islamismo.
A única atitude corajosa num encontro com um papa veio
não de protestantes, mas de um líder judeu. Em 2013, o primeiro-ministro
israelense Benjamin Netanyahu se encontrou com o Papa Francisco no Vaticano, e
deu ao líder da Igreja Católica “The Origins of the Inquisition in Fifteenth
Century Spain” (As Origens da Inquisição na Espanha do Século Quinze), um livro
que em grande parte gira em torno de católicos espanhóis questionando,
torturando e castigando judeus que haviam se convertido ao catolicismo, expondo
como milhares de judeus foram expulsos da Espanha ou queimados vivos na estaca.
Pior ainda, a inquisição de convertidos católicos (e o uso da tortura para
descobrir “heréticos”) foi sancionada legalmente pela primeira vez pelo Papa
Inocêncio IV, de acordo com o Business Insider.
A Revista Judaica (Jewish Journal) diz que “As Origens
da Inquisição na Espanha do Século Quinze,” uma obra-prima acadêmica e um tomo
minucioso sobre a Inquisição da Espanha, descreve como a Igreja Católica
perseguia, e muitas vezes executava, multidões de judeus que, sob pressão,
haviam se convertido ao catolicismo e que eram acusados de praticar
secretamente o judaísmo.
O Business Insider comenta que “é importante pensar no
contexto do livro, que foi escrito Ben-Zion Netanyahu, pai de Netanyahu. Ben-Zion
era um historiador conceituado que trabalhava na Universidade Hebraica de
Jerusalém e na Universidade Cornell nos EUA.”
A CBS News diz: “Ben-Zion Netanyahu, pai de Netanyahu,
era um historiador israelense… Como ativista sionista que se opunha à divisão
da Palestina entre árabes e judeus, ele era melhor conhecido em círculos
acadêmicos por suas pesquisas acerca da Inquisição da Igreja Católica contra os
judeus da Espanha na Idade Média.”
O Business Insider disse que “o livro argumenta que a
perseguição contra os judeus não era realmente baseada em religião, mas em
preconceito racial e inveja financeira que ecoariam anos mais tarde no
Holocausto.”
Essa “inveja” tem sido cara demais para a Igreja
Católica. Num artigo fascinante intitulado “Judeus
tiveram papel fundamental na fundação dos Estados Unidos,” o
WorldNetDaily mostra como os judeus foram decisivos na construção dos EUA em
seu início. A maioria dos judeus no início dos EUA havia fugido do Brasil,
expulsos, sob ameaças de morte da Inquisição e do governo católico. Eles
acabaram fundando o primeiro sistema bancário dos EUA. Se o Brasil católico, ou
até mesmo o Vaticano, tivessem abraçado esses judeus, eles estariam vivendo
hoje a hegemonia financeira que os EUA gozam.
Mas a cultura católica antijudaica os impediu disso.
Essa cultura era predominante em países católicos até mesmo recentemente.
Recordo de um menino que era isolado por outros
estudantes numa escola pública em São Paulo. Ele era judeu e outros estudantes
falavam dele como algum tipo de “praga.” Eu conseguia me identificar com ele.
Como evangélico, eu era muitas vezes ridicularizado porque eu não me envolvia
em celebrações católicas ou outros comportamentos impróprios na escola. Então,
provavelmente eu era o único estudante que conseguia manter um contato normal
com o estudante judeu.
O sentimento antijudeu dos outros estudantes vinha da
cultura do Brasil, o maior país católico do mundo. Em contraste, respeito pelo
catolicismo era supremo.
Não sei o que se poderia fazer para mudar a cultura
católica contra Israel, mas os evangélicos dos EUA e do Brasil deveriam seguir
o exemplo corajoso do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que
confrontou uma cultura católica antijudaica com apenas uma arma: um livro sobre
a Inquisição.
Todo líder evangélico deveria abraçar Israel e seu
direito exclusivo à Terra Prometida. Eles não deveriam rejeitar Israel por amor
ao Vaticano e suas tradições.
E eles deveriam também dar ao papa livros sobre a
Inquisição e recordar a ele que passou da hora da Igreja Católica parar de ser
contra Israel.
No entanto, se eles continuarem a abraçar o Vaticano à
custa de Israel, todos eles deveriam também receber livros sobre a Inquisição
das mãos de corajosos Netanyahus.
Sem perceber, Netanyahu se tornou uma inspiração
profética para os evangélicos em seu relacionamento com o Vaticano.
Com
informações do WorldNetDaily, Business Insider, Israel National News, Janet Levy,
CBS News e Jewish Journal.
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