Arquiteta de Direitos Reprodutivos Morre enquanto Seu Legado se Desmorona
Dra.
Susan Yoshihara
NOVA IORQUE, EUA, 6 de julho (C-FAM)
A ativista feminista Joan Dunlop
morreu na semana passada aos 78 anos de
idade, apenas uma semana depois que seu legado de remodelar as iniciativas
internacionais de controle populacional como “direitos reprodutivos” começaram
a se desmoronar.
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Joan Dunlop |
A iniciativa de Dunlop reviveu o
descontrolado movimento de controle populacional depois que suas táticas
coercivas foram amplamente reveladas nas décadas de 1970 e 1980. Ela assim
ajudou a moldar os debates internacionais de aborto por quase três décadas.
Mas exatamente no momento em que
ela estava dando o último suspiro, os líderes mundiais estavam esmagando
tentativas de incluir “direitos reprodutivos” num importante documento da ONU.
O documento foi negociado duas semanas atrás na cúpula da ONU sobre
desenvolvimento sustentável no Rio de Janeiro.
Vinte anos depois de descaradamente
defenderem o controle populacional na primeira cúpula do Rio, os delegados
decidiram que o conto outrora conveniente dos direitos das mulheres não era
mais necessário.
O termo surgiu na conferência da
ONU sobre população e desenvolvimento no Cairo em 1994, um encontro de alto
nível e muito polêmico em que defensores do aborto e alguns governos tentaram e
não conseguiram obter reconhecimento do aborto como um direito humano
internacional. Desde então, o termo “direitos reprodutivos” e outros termos
tais como “saúde reprodutiva” têm resistido porque serviram aos delegados de
ambos os lados do debate do aborto. O documento oficial do Cairo permite que os
governos o interpretem como incluindo ou excluindo o aborto, de acordo com as
leis e políticas nacionais.
Mas no fim, o estratagema de Dunlop
está demonstrando ser sua ruína.
Durante os recentes anos passados,
personalidades importantes como a secretária de Estado dos EUA insistiram
oficialmente em que a saúde e direitos reprodutivos incluíssem o aborto. Isso
foi um fator decisivo e deu credulidade para os delegados no Rio que pediram
sua rejeição.
O termo acabou também ficando
desnecessário, já que as ligações entre defensores do controle populacional e
ambientalistas estão à vista de todos de novo. O conto “pró-mulher” era menos
útil, e vinha com excessiva bagagem, isto é, a polêmica do aborto.
Acreditando na palavra das
feministas de que os direitos reprodutivos não são sobre controle populacional,
mas em vez disso sobre a concessão de direitos para as mulheres, os delegados
anunciaram da tribuna de negociação que o termo tinha pouco a ver com a
“economia verde” que era sua prioridade na cúpula do Rio.
As feministas atacaram esses
comentários como retrocesso nos direitos das mulheres. Ao tentar justificar sua
inclusão durante o final de semana, vários reforçaram suas ligações com o
controle populacional. Escrevendo no Huffington
Post, a ambientalista Diane MacEachern
disse: “reduzir o crescimento da população dando para as mulheres acesso à
contracepção que elas já querem poderia reduzir as emissões de gás estufa em 8
e 15 por cento”.
A futura utilidade de “direitos
reprodutivos”, um termo e conceito que saturam a literatura de desenvolvimento
e direitos da ONU, agora parece nebulosa.
Exatamente enquanto o legado de
Dunlop vai desvanecendo, a bilionária Melinda Gates está assumindo o centro do
palco com sua nova campanha mundial de planejamento familiar. Na próxima semana
em Londres, Melinda, como Dunlop, tentará convencer os governos que sua
iniciativa não tem nenhuma ligação com o controle populacional ou o aborto.
Como Dunlop, Melinda diz que é puramente sobre a saúde e direitos das mulheres.
E como a carreira de Dunlop na mesma arena demonstra, a ambiguidade que poderá
obter sucesso para Melinda poderá também provocar seu fracasso.
Tradução:
www.juliosevero.com
Fonte: Friday
Fax
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